Comissão interministerial aprova dois projetos sobre desenvolvimento limpo

08/05/2005 - 11h39

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - Dois projetos de inclusão no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo definido no Protocolo de Quioto foram aprovados pela Comissão Interministerial de Mudança do Clima, segundo o secretário-executivo da pasta, José Domingos Gonzalez Miguez. Ele informou ainda que outros três aguardam aprovação, o que pode ocorrer imediatamente, desde que sejam encaminhadas as informações pendentes à Comissão.

De acordo com o secretário, os projetos que estão sendo submetidos ao governo são de co-geração usando biomassa e de aterro sanitário. "Esses são os projetos que estão saindo na frente no Protocolo de Quioto", revelou, adiantando que tanto os já aprovados quanto os que aguardam a decisão do governo, estão sendo desenvolvidos nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Espírito Santo.

Além dos três projetos em fase final de análise, existem outros 30 em diferentes estágios de validação pelas entidades operacionais para serem encaminhados à Comissão, afirmou o secretário. Ele espera que até o fim do ano haja pelo menos 50 projetos em análise. Para dar mais agilidade aos trabalhos, as reuniões, realizadas atualmente a a cada dois meses, passarão a ser mensais a partir de junho.

Para demonstrar o destaque do Brasil na implementação de políticas de proteção ambiental, Miguez lembrou que o primeiro projeto aprovado no Protocolo de Quioto era brasileiro – o Projeto de Gás de Aterro Sanitário NovaGerar, desenvolvido em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro – como também a primeira metodologia e a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que partiu de uma proposta brasileira em 1997.

Atualmente, segundo o secretário, 35% dos projetos que estão em avaliação internacional são brasileiros. "O que mostra que a conscientização e ação nos diferentes níveis brasileiros estão muito fortes em nível internacional comparados a outros países. Países que têm mais oportunidades de redução de emissão porque emitem muito mais do que o Brasil, como China e Índia. Eles estão demorando mais a agir do que o Brasil, que tem uma conscientização muito maior, que vem desde 97 por causa da própria proposta brasileira. Isso já fez com que o Brasil tenha essa participação muito mais forte e é por isso que a gente tem a liderança", explicou Miguez. O secretário participou, na sexta-feira, no Rio de Janeiro, do seminário Protocolo de Quioto e Oportunidades, promovido pelo governo estadual.