Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A consolidação da Comunidade Sul-Americana de Nações é um momento para pensar a América do Sul como unidade regional, disse o embaixador do Peru no Brasil, Hernán Couturier. "Acreditamos que dentro da nova configuração da comunidade internacional, do século 21, será impossível para países medianos e pequenos garantirem seu desenvolvimento como unidades individuais", afirmou em entrevista à TV Brasil.

O Peru será o primeiro país a ocupar a presidência temporária da comunidade. Representantes dos 12 países que a compõem devem anunciar a concretização do bloco latino-americano durante a Cúpula América do Sul- Países Árabes, que será realizada em Brasília nos dias 10 e 11 de maio. Na ocasião, o presidente do Peru, Alejandro Todelo, fará o primeiro pronunciamento oficial do novo bloco. A Comunidade Sul-Americana de Nações é formada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e tem o objetivo de promover a integração econômica, comercial e de infra-estrutura da região que, em conjunto, possui um Produto Interno Bruto (PIB) correspondente a US$ 800 bilhões.

De acordo com o embaixador Couturier, a Cúpula América do Sul - Países Árabes é a chance ideal para as duas regiões aprofundarem suas relações. "Será uma magnífica oportunidade também para desenvolver e aprofundar laços políticos, para começar uma parceria ou associações em matéria de ciência e tecnologia, para promover oportunidades de investimentos e para intensificar o comércio."

Para o embaixador, tanto árabes como sul-americanos vão ganhar com a parceria. "Os países árabes têm essencialmente uma enorme afluência de capitais. Em razão do desenvolvimento econômico e dos recursos que eles dispõem, existe uma enorme quantidade de bens financeiros, capitais que poderiam ser bem empregados e investidos em nossa região. A América do Sul é uma região cheia de oportunidades, mas carente de capitais, portanto, acredito que será uma complementaridade importante entre os países árabes e os países sul-americanos".

A Cúpula América do Sul – Países Árabes tem como objetivo integrar duas regiões do mundo em desenvolvimento - a chamada bi-regional Sul-Sul. Além de negociações econômicas, a cúpula pretende unir esforços entre as duas regiões para enfrentar desafios do desenvolvimento, com vista a uma política externa multilateral focada nos países fora do eixo Estados Unidos e Europa.