Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis do Rio de Janeiro apreendeu mais de 200 motos roubadas que eram utilizadas pelos traficantes da Vila Cruzeiro, na Penha, uma das nove favelas que compõem o Complexo do Alemão.
De acordo com o delegado Renato Mendonça, a polícia também recolheu nas ruas da comunidade dezenas de carros roubados ou furtados que foram abandonados pelos criminosos, durante a ocupação da favela pela polícia.
O delegado disse ainda que os policiais acharam 150 caixas de tintura para cabelo numa casa no alto da favela. Renato Mendonça afirmou que chegou ao local por meio de uma informação passada ao Disque-Denúncia.
Além dessas apreensões, a polícia também encontrou 1 tonelada de maconha prensada e uma caixa de material cirúrgico, que seria usado pelos traficantes para os casos de pequenos ferimentos.
A Polícia Militar divulgou há pouco um segundo balanço das operações de hoje (26). Duas pessoas morreram e três ficaram feridas em confronto com os militares. Quatro armas, oito coquetéis molotov, além de uma garrafa de gasolina foram apreendidas. Entre os mortos, está o chefe do tráfico do Morro da Fazendinha, em Inhaúma, uma das favelas do Complexo do Alemão, identificado como Thiaguinho G 3.
Devido à onda de violência que tomou contra do Rio, as escolas de samba estão suspendendo os ensaios deste fim de semana. A Portela cancelou o ensaio desta noite, em sua quadra no bairro de Madureira, zona norte da cidade. O presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Paulo Vianna, também tomou a mesma decisão e comunicou o cancelamento do ensaio de amanhã (27) na quadra da escola, em Padre Miguel, zona oeste da cidade.
Edição: Aécio Amado
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Nove escolas da rede estadual da capital fluminense e em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, foram fechadas na tarde de hoje (26) por causa dos intensos ataques de criminosos na cidade. Na capital, as unidades escolares ficam na Penha, Olaria, Manguinhos, Bonsucesso, Mangueira e Higienópolis, onde ocorrem os conflitos. Já em São Gonçalo, elas estão localizadas em Gradim e no bairro do Rocha.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, as aulas foram suspensas devido à dificuldade de acesso dos alunos e professores. A secretaria informou ainda que já está planejando a reposição do conteúdo educacional.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 135 escolas não funcionaram no período da manhã, principalmente as que ficam próximas ao Complexo do Alemão, deixando 47.312 alunos sem aulas.
A coordenadora-geral do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe), Vera Nepomuceno, disse haver um déficit de profissionais mesmo nas escolas em funcionamento, porque muitos moram em regiões que estão fortemente armadas e estão com medo de sair de casa.“A gente tem relato de muitas pessoas que não estão conseguindo chegar ao seu local de trabalho.”
Nepomuceno destacou que o Sepe já entrou em contato com a Secretaria de Educação para garantir o abono de ponto dos profissionais que estão faltando por causa da onda de violência na cidade. “Em muitas escolas houve um entendimento e suspenderam as aulas.”
Edição: João Carlos Rodrigues
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A presidenta da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, disse hoje (26) que não vê nenhuma ameaça real à liberdade de imprensa no país.
"Se formos entender a liberdade de imprensa como a plena liberdade para os veículos de comunicação publicarem notícias e conteúdos, pode-se dizer que o Brasil vive em absoluta e plena liberdade de imprensa", afirmou Tereza, ao participar do seminário Liberdade de Imprensa, organizado pela TV Cultura, em sua sede na capital paulista.
Segundo a jornalista, é preciso observar que a liberdade de imprensa não significa publicar tudo o que a empresa quer, e sim observar os parâmetros do direito à informação de acordo com a pluralidade no Brasil. “Liberdade de imprensa não é só o direito de publicar tudo de uma forma monocórdia. Os meios de comunicação não podem expressar só um pensamento, só uma verdade, um ponto de vista. A democracia contemporânea é um compromisso também com a pluralidade de opiniões e a diversidade cultura.”
Tereza comentou ainda o papel diferenciado e complementar que a TV pública tem no sistema de radiodifusão. Ela disse que é preciso haver complementaridade entre os sistemas de televisão estatal público e privado para garantir um sistema de radiodifusão plural e democrático. “Dentro dessa lógica, cabe à televisão pública oferecer um serviço diferenciado e complementar àquilo que de fato a televisão comercial não faz pela sua própria natureza ou àquilo que não compete às TVs estatais, que são canais de Poderes de Estado”.
O diretor nacional de Jornalismo da Rede TV!, Américo Martins, ressaltou que não gosta de controle de conteúdo, mas admitiu que, em alguns momentos, a mídia comete abusos. Para ele, é preciso encontrar formas de combater isso, sem interferência estatal ou externa. “Uma coisa que me agrada muito é tentar explorar uma ideia de autorregulamentação. Que os grupos de mídia se sentassem e elaborassem isso”.
Martins relatou sua experiência na BBC, a televisão pública da Inglaterra, e disse que esse modelo de empresa funciona muito bem por lá. No entanto, ele tem dúvidas sobre a possibilidade de tal modelo dar certo no Brasil.
O jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) Eugênio Bucci ressaltou que, para uma TV pública atender de fato aos objetivos de um meio de comunicação como esse, é preciso focar sua existência em quatro pontos: gestão, publicidade, vínculo com o Estado e estética. Bucci defende uma gestão transparente, com sistema de avaliação dos funcionários e cuidado com os custos envolvidos na emissora pública.
Para ele, a TV só será pública se o povo puder controlá-la e isso só será possível se os dados sobre ela forem acessíveis. "A maioria das emissoras que se dizem públicas no Brasil são caixas-pretas de funcionários que não trabalham, de funcionários postos ali por favorecimento político, de salários enigmáticos, de gente que acredita que presta contas a um deputado, ministro, secretário de Estado”, criticou.
Bucci vê o alto volume de verbas oficiais nas televisões públicas como uma ameaça, porque, no seu entender, elas propiciam um ambiente de promiscuidade, que favorece a intimidação, sugestão e cooptação de simpatia com o dinheiro público. “As emissoras públicas não deveriam veicular publicidade. Quando fazem isso, ou desenvolvem uma relação ruim com o governo ou de subserviência aos regimes de mercado e perdem independência com relação ao consumo.”
Edição: Nádia Franco
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os financiamentos do Banco do Brasil (BB) para a casa própria dobraram em 2010. Segundo nota divulgada hoje (26) pela instituição, a carteira de crédito imobiliário do banco ultrapassou nesta semana a marca de R$ 3 bilhões, o dobro do saldo de R$ 1,5 bilhão registrado ao final de 2009.
Com o resultado, o banco antecipou em um mês a meta de dobrar os financiamentos habitacionais. Somente no segundo semestre, foram concedidos R$ 900 milhões em crédito. No fim de junho, os empréstimos somavam R$ 2,1 bilhões.
Em nota, o vice-presidente de Novos Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli afirmou que os números refletem o crescimento do BB no segmento imobiliário nos últimos anos. “Atuamos nesse mercado há pouco mais de dois anos. Nossa operação saiu praticamente do zero e hoje já ocupamos a quinta posição no ranking entre os bancos que atuam com crédito imobiliário.”
A meta do Banco do Brasil é estar entre os três maiores bancos em financiamento da casa própria até o final de 2013. A linha de crédito do BB para pessoas físicas tem prazo máximo de 30 anos e financia até 90% do valor de avaliação do imóvel.
Edição: João Carlos Rodrigues
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou hoje (26), na capital paulista, que a população fluminense está indignada com a violência e quer reagir contra esse clima de domínio territorial dos traficantes. “Acho muito positivo que se reaja contra isso”. Os ataques promovidos por criminosos durante esta semana na região metropolitana do Rio de Janeiro já deixaram 96 veículos queimados, entre ônibus, vans e carros de passeio, além de duas cabines da Polícia Militar metralhadas.
As polícias Civil e Militar prenderam, desde o início da semana, 192 pessoas e 25 morreram em confrontos com as forças de segurança do estado. Dois policiais militares ficaram feridos em troca de tiros com homens armados. De acordo com balanço divulgado na manhã de hoje, foi apreendida cocaína, crack e maconha durante a operação militar iniciada ontem (25) na Vila Cruzeiro, zona norte da cidade.
Os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que entraram na favela com ajuda de veículos blindados da Marinha, recolheram também armamento pesado, como bombas e fuzis, muita munição e fardas de uso da polícia fluminense. Em operações em outros pontos da cidade, os policiais apreenderam garrafas com gasolina. Dois homens foram presos.
Fernando Henrique também comentou a declaração dada ontem pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins, sobre a necessidade de reformular o Ministério das Comunicações. O ex-presidente disse que isso é mania do governo do PT. “O presidente Lula não começou o Brasil de novo quando assumiu? Então agora todo mundo quer “refundar”, afirmou antes de participar do seminário Liberdade de Imprensa, organizado pela TV Cultura.
Edição: Aécio Amado
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pelo nono mês consecutivo, a construção civil registrou expansão na atividade. Segundo a Sondagem da Construção Civil, divulgada hoje (26) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de atividade do setor fechou outubro em 53,8 pontos, mesmo nível registrado em setembro. Índices acima de 50 pontos representam crescimento.
De acordo com a CNI, o setor continuou a operar acima do nível habitual em outubro. O índice que compara o nível de atividade efetivo com o usual ficou em 54,1 pontos no mês passado.
Com indicador de 58 pontos, as grandes empresas foram as principais responsáveis pela expansão da construção civil em outubro. Os índices das médias empresas (51,5 pontos) e das pequenas empresas (52 pontos) também apontaram crescimento, porém de forma modesta.
Apesar do crescimento, a pesquisa mostrou que caiu o otimismo dos empresários da construção civil. A perspectiva para o nível de atividade nos próximos seis meses caiu de 60,8 pontos em outubro para 59,5 pontos em novembro. A queda foi puxada principalmente pelos executivos das grandes empresas.
A CNI ouviu 423 empresas de 29 de outubro a 19 de novembro. Desse total, 198 são pequenas empresas, 169 médias e 56 grandes.
Edição: João Carlos Rodrigues
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mais de 600 mil fumantes passivos morrem por ano no mundo vítimas de doenças relacionadas à exposição ao fumo. Desse total, 165 mil são crianças. É o que revela estudo inédito feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 192 países, entre os quais o Brasil, e divulgado hoje (26).
As mulheres são as principais fumantes passivas, o que corresponde a 47% das mortes. As crianças aparecem em segundo lugar (28%) e os homens em terceiro (26%).
As principais causas de morte dos fumantes passivos são problemas cardíacos, infecções respiratórias, asma e câncer de pulmão. A OMS constatou que 40% das crianças foram expostas à fumaça do cigarro, 33% dos homens não fumantes e 35% das mulheres não fumantes.
As maiores taxas de exposição foram encontradas no Leste da Europa, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, segundo dados de 2004.
Diante do atual cenário, a OMS alerta que os países devem adotar medidas urgentes para proteger os fumantes passivos.. Apenas 7,4% da população mundial vivem em regiões com ambientes livres do tabaco.
Alguns estados brasileiros já proíbem, em lei, o fumo em lugares fechados de uso coletivo, além de eliminar áreas reservadas aos fumantes. No Congresso Nacional, tramita um projeto de lei que prevê o fim dos fumódromos em todo o país.
Edição: João Carlos Rodrigues
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse hoje (26), na 39ª Reunião de Ministros da Educação do Mercosul, no Rio de Janeiro, que os países do bloco precisam evoluir em termos de cooperação na área educacional. Na reunião, foi consenso, entre os ministros da Educação de países do bloco, a criação de um Fundo de Educação do Mercosul, com previsão de implantação em 2011, para diminuir as assimetrias entre os integrantes.
Haddad destacou o trabalho de intercâmbio docente que está sendo realizado para integrar a cultura na região, levando professores brasileiros que estão se formando em espanhol para países do Mercosul e trazendo docentes para o Brasil nos cursos de licenciatura ou letras.
“O Brasil vai custear o projeto piloto de 350 bolsas para que isso [o intercâmbio de professores entre os países do bloco] se desenvolva com mais força num futuro próximo. Eu entendo que esse intercâmbio vai fortalecer tanto os laços culturais que unem os países do Mercosul, como vai melhorar muito a capacidade de ensino desses professores. Assim como vai disseminar a língua portuguesa pelo continente”, afirmou o ministro.
Ele ressaltou, ainda, a importância de se estabelecer prioridades para saber o que é possível ser executado nos próximos cinco anos. E lembrou que a pauta de educação já é muito ampla somente no âmbito nacional. Segundo Haddad, o Brasil tem uma rede de 160 universidades, número suficiente para estabelecer o intercâmbio de professores.
“É a expansão da cidadania pelo mérito acadêmico, derrubando fronteiras pela educação. Os professores devem gozar dessas possibilidades”, concluiu.
Os ministros discutiram, na reunião, as políticas de intercâmbio regional para o período que vai de 2011 a 2015. O objetivo do encontro foi discutir um plano comum de desenvolvimento educacional para o bloco. Alguns deles observaram que é necessário desenvolver sistemas mais equitativos entre os países.
Foi feito um balanço sobre as ações dos últimos anos e o ministros destacaram a expansão no número de bibliotecas e das atividades com direitos humanos e educação ambiental. A interação com outros blocos e organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), além de um diálogo constante com a sociedade civil também foram discutidos.
Edição: Lana Cristina
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu hoje (26) apoio irrestrito do governo federal às ações desenvolvidas pelo governo do Rio para combater o tráfico de drogas e a onda de crimes cometidos nos últimos dias pelos bandidos no estado.
Jobim, que participou de uma reunião com o governador Sérgio Cabral, as forças de segurança do estado e a cúpula das Forças Armadas, deixou claro que o governo estadual será atendido em todas as solicitações necessárias ao cumprimento da ação de repressão ao tráfico.
Segundo o ministro, não se trata de colaboração das forças federais ou do governo federal e sim do cumprimento de um dever para com o governo estadual, que é o atendimento de um pedido de apoio feito ao presidente da República. "E esse apoio será dado dentro das necessidades que forem decorrentes das operações que vão surgir ao longo das ações da polícia fluminense”, afirmou Jobim.
O ministro lembrou que, inicialmente, a solicitação do apoio do governo do Rio dizia respeito apenas à parte logística, traduzida nos tanques da Marinha que atuaram ontem (25) no apoio à invasão e ocupação do complexo de favelas da Vila Cruzeiro. No entanto, a partir da fuga dos bandidos para o Complexo do Alemão, foi preciso que o apoio fosse dado também com homens.
Jobim acrescentou que, a partir daí, o governo entendeu que era preciso incluir nas ações cerca de 800 militares da Brigada de Paraquedistas, que trazem "uma larga experiência" por sua atuação no Haiti e que ajudarão na garantia da lei e da ordem. De acordo com o ministro, a Secretaria de Segurança é que vai determinar a linha de ação para esses militares, muito experientes em áreas de conflito.
Ele ressaltou, porém, que caberá às Forças Armadas a missão de fechar o perímetro em torno do Complexo do Alemão e de dar apoio logístico no transporte de tropas. “Serão áreas nítidas de atuação definidas pela própria Secretaria de Segurança. Trata-se de uma operação única, composta por módulos cuja estratégia e prioridade serão definidos pelo governo estadual”, acrescentou o ministro.
De acordo com o ministro, está ocorrendo agora uma mudança de paradigma nas relações entre as forças federais e estaduais, e não há possibilidade de atritos nessas relações. "Chegamos a um ponto em que o confronto é necessário para termos um estado com paz e tranquilidade", afirmou Jobim. Ele destacou a coragem do governador Sérgio Cabral pela decisão tomada. "É uma operação de risco e alguns políticos não gostam de correr risco”, concluiu.
Edição: Nádia Franco
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- O consumo de energia em outubro cresceu 4,9% em relação ao mesmo mês de 2009 e totalizou 35.505 gigawatts-hora (GWh), informou hoje (26) a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A taxa é a menor do ano, mas se mantém no patamar dos dois últimos meses.
De acordo com nota da empresa, o crescimento reflete "uma acomodação em função da base de comparação mais elevada no último trimestre de 2009", influenciada pelo crescimento econômico.
No período, a indústria gastou 45% da energia produzida, totalizando um crescimento de 5,8% em relação a outubro do ano passado. A demanda das residência influenciou um avanço de 5% em relação a outubro de 2009 e o comércio teve crescimento menor, de 3,8%.
Em GWh, o consumo do setor industrial, das residências e do comércio e serviço foi de 15.833 GWh, 8.944 GWh, 5.705 GWH, respectivamente.
Edição: João Carlos Rodrigues