Crise mundial não afeta projetos de investimentos de seguradoras

07/11/2008 - 18h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeira mundial não deverá afetar os planos de investimento das  companhias seguradoras brasileiras, disse hoje (7) à Agência Brasil o presidente da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), Sidney Dias.

“Acreditamos que não haverá impacto nos planos de investimentos. E acreditamos que, para o próximo ano, teremos crescimento desses investimentos, que incluem desembolsos e também gastos”, manifestou Dias. Ele lembrou que o setor não trabalha com planos de curto prazo. Os investimentos têm planejamento de, no mínimo, cinco anos.

 “Nós acreditamos que o que está acontecendo no cenário mundial é algo que no nosso país tem efeito minimizado. E a situação, de modo geral, não deverá ser fortemente impactada com relação  aos planos de longo prazo das companhias.”

Somente na área de tecnologia da informação (TI), o setor deve investir este ano R$ 1,4 bilhão, mantendo a trajetória ascendente iniciada há alguns anos. Os investimentos anuais representam uma expansão de 25% em relação aos R$ 1,12 bilhão aplicados em 2007.

Ainda não está fechada a previsão de crescimento de prêmios emitidos para 2009. Apesar disso,  Sidney Dias afiançou que  a expectativa é de crescimento dos investimentos em TI de forma compatível com o crescimento de prêmios, “e até superior”. Os recursos objetivam a modernização  da infra-estrutura de processos e sistemas e atendimento das necessidades de negócios.

O presidente da comissão da Fenaseg informou que o Brasil vai adotar, a partir de 2010, o padrão da International Financial Reporting Standards (IFRS) para os seus demonstrativos contábeis e financeiros. “Isso requer investimentos em processos e sistemas”, destacou. Além disso,  a abertura do  mercado de resseguros, iniciada este ano, está exigindo também alterações em processos e sistemas de informação para essa nova realidade de negócios no mercado segurador. “E estimula a mudança da maneira com que as companhias  tratavam o resseguro até então”.

Existe ainda um forte movimento das seguradoras para a prestação de serviços aos clientes através da internet, “tirando partido não só do crescimento que nós temos observado no uso da banda larga  no nosso país, mas também  com resultados dos projetos de inclusão digital, que têm tornado a ‘internet’ um veículo  atraente para o consumidor e as empresas”.

A expectativa do mercado segurador  para este ano é de R$ 69 bilhões em prêmios emitidos em seguros, sem contar a parte de capitalização e seguro-saúde, afirmou Sidney Dias. O aumento em comparação ao ano passado é de cerca de 12%.

 Dias participou, em Angra dos Reis, na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, do  4º Insurance IT Meeting, promovido pela Confederação Nacional de Seguros Gerais, Resseguros, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). O evento reunirá durante três dias especialistas do setor para discutir “A Seguradora do Futuro – O Desafio de Gerir Processos e Sistemas e a Governança”.