Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras vai anunciar no segundo semestre umplano de demandas de equipamentos e insumos utilizados na exploraçãodos novos campos de petróleo da área do pré-sal.O objetivo, segundo o gerente de Exploração e Produção,José Formigli, é dar tempo para a indústriabrasileira se preparar para as compras que serão feitas com oinício dos trabalhos nos campos.“Temos um plano de demandas futuras parapermitir às indústrias se prepararem para quandocomeçarmos a fazer compras e contrataçõesefetivas”, disse Formigli. No entanto, ele não quis precisarquanto a empresa está prevendo em compras, mas adiantou quesão cifras bilionárias. “Se você olhar o querepresenta apenas um sistema de produção, estamosfalando entre 2 e 4 bilhões de dólares. Quando a genteimagina os volumes ali [nos campos de pré-sal], serãonecessários investimentos, para todo o projeto, de bilhõesde dólares.”Formigli considera importante que a indústriabrasileira comece a produzir no país materiais que hoje sópodem ser comprados no exterior, bem como a instalaçãolocal de unidades de produção de empresas estrangeiras.Ele deu exemplo de materiais que hoje não sãofabricados no Brasil, mas que serão necessários paraextrair o petróleo das camadas pré-sal, a mais de 5 milmetros de profundidade.“Materiais capazes de trabalhar com corrosãode CO2 e H2S, que não são aço carbono comum enormalmente envolvem superligas. Se estivermos falando de uma demandagrande de compressores de gás, hoje no Brasil estuda-se muitosobre a instalação de fabricantes de turbinas ou decompressores. Então, com essa demanda sinalizada, eles poderãose preparar e fazer as análises econômicas para saber seé possível ter instalações desse tipoaqui.”Formigli participou, junto com o diretor deExploração e Produção da Petrobras,Guilherme Estrella, de um seminário sobre os desafiostecnológicos da camada pré-sal, promovido pelaCoordenação dos Programas de Pós-graduaçãoem Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).Estrella contou que a Petrobras decidiu reinjetaro CO2 extraído juntamente com o petróleo da camadapré-sal, que gira em torno de 16%, para dentro do própriopoço, como medida de responsabilidade ambiental da empresa,evitando a dispersão do gás na atmosfera.