Ministro projeta redução do uso de soja no biodiesel e crescimento da agricultura familiar

02/01/2008 - 20h02

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apreferência das empresas produtoras de biodiesel por operações a partir do óleo de soja deverá deve ser relativizada comvariações futuras de mercado. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que disse não ver "problema na produção a partir da soja neste momento economicamente favorável, mas isso não deve perdurar no tempo". Uma meta anunciada peloministro é fechar 2008 com o dobro dos atuais 100 mil agricultores familiares que produzem oleaginosas, matéria-prima para o biodiesel. Cassel lembrou que 90% do que é fornecido pela agricultura familiar para as empresas produtoras correspondem a oleaginosas como mamona, dendê, amendoim e algodão.  E garantiu que é possíveltornar estas culturas competitivas em relação à soja: “Isso se faz com pesquisa, sementes e assistência técnica adequadas ao plantio, e oferta de crédito na horacerta.”O ministro disse que com o B2 (adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel mineral vendido nospostos) o Brasil está abrindo um caminho novo para produzir umcombustível renovável, limpo e capaz de produzirinclusão social: “Acima de tudo, permite gerar trabalho erenda em locais onde isso é extremamentenecessário. Na Região Nordeste, o aumento médio de renda anualdos pequenos produtores que aderiram à cadeia do biodiesel foi de até R$ 3,5 mil, valor significativo naquele meiorural.” Cassel ressaltou aindaa importância do Selo Combustível Social, que se traduzem benefícios fiscais para empresas produtoras de biodiesel quepriorizam a compra de agricultores familiares: “O governobrasileiro encontrou um fiorma original, inovadora e ousada deproduzir energia e, ao mesmo tempo, garantir inclusão social”. O selo já foi dado a 28 empresas e há mais de dez pedidos encaminhados, para avaliação neste ano.