Medidas anunciadas hoje vão encarecer acesso do consumidor ao crédito, avalia especialista

02/01/2008 - 21h55

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asmedidas anunciadas hoje (2) pelo governo federal para compensar a perdade arrecadação de R$ 40 bilhões com o fim daContribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF) deverão encarecer o crédito e chegarao bolso do consumidor. A avaliação é docomentarista econômico Luis Nassif, que aponta o créditocomo “o grande fator de expansão da economia” atualmente.

O governopretende cortar R$ 20 bilhões em despesas da União earrecadar R$ 10 bilhões com o aumento nas alíquotas doImposto sobre Operações Financeiras (IOF) e daContribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)para o setor financeiro. Outros R$ 10 bilhões virão pormeio do aumento da arrecadação com o crescimento daeconomia.

O aumentode 0,38% na alíquota do IOF incidirá em operaçõescomo empréstimos, compra de bens financiados, utilização de chequeespecial e cartão de crédito, e tomada de créditopor cooperativas. "Com o aumento do IOF, encarece o crédito e toda a linha. Não se reduz a Selic [taxa referencial do Sistema Especial de Liquidaçãoe de Custódia para títulos federais], ela se mantémpuxando recursos do orçamento e, na ponta, encarece mais ainda ocrédito”, avaliou Nassif.

Para aeconomista Maria Beatriz de Albuquerque, o governo deveria terincluído medidas de estímulo aos investimentos no país. “Não foi tomada nenhuma medida em relação ainvestimentos não-financeiros: em Bolsa de Valores, capital de risco, porexemplo. Talvez pudesse ter sido uma boa oportunidade para isso”,apontou.