Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na avaliação de deputados e senadores da regiãoAmazônica, a eficácia do Programa Calha Norte tem papel fundamental para que oBrasil se proteja adequadamente contra possíveis intenções ofensivas de outros países. O deputado Luciano Castro(PR-RR) quer que as bancadas dos estados da região priorizem os pelotões defronteira na destinação de recursos. “A região é estratégica e exige cuidadosdo governo. Roraima, por exemplo, está ao lado da Venezuela, onde já se percebeintenções de fortalecimento militarista daquele país”, lembrou Castro, ementrevista à Agência Brasil.A mesma preocupação aflige o senador ArthurVirgílio (PSDB-AM). Para ele, o Brasil deveria tentar se transformar aos poucosem um potência militar defensiva. “Ninguém me convence que o coronel HugoChávez [presidente da Venezuela] se arme por causa do Bush [presidente dos EUA]. Ele é um típicocaudilho sul-americano. Primeiro esmaga as oposições, depois faz corridaarmamentista e o passo seguinte pode ser declarar guerra a algum paísvizinho. Guiana, Colômbia e Brasil, em menor escala, seriam alvos empotencial”, afirmou Virgílio. O senador tucano também sugere, ao lado do reforço militar, maior investimento em pesquisas na área de biodiversidade, como forma de neutralizar a pirataria de recursos naturais. O vice-almirante Arnon Lima Barbosa, diretor do departamento de Política e Estratégia do Ministério da Defesa, defende oaumento dos recursos para a parte militar do Calha Norte. Esses investimentos serviriam para reaparelhar os pelotões e intensificar as operações de fiscalização e controledas fronteiras na região. “Hoje a parte militar do programa não recebe nenhumrecurso de emenda parlamentar. E elas seriam um reforço muito bem vindo”, disseBarbosa. Em 2007, a parte civil do Calha Norte tem orçamento previsto em R$ 455milhões. Para o braço militar do programa estão reservados R$ 34milhões. O Programa CalhaNorte foi lançado em 1985 pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Nos últimos 21anos, segundo o Ministério da Defesa, US$ 326 milhões ( R$ 650milhões) foram aplicados pelo programana Amazônia. Entre os objetivos do programa estão a inclusão social, geração de empregos e conclusão de obras deinfra-estrutura.