Ministério da Agricultura ensina a valorizar produtos por meio da indicação geográfica

22/10/2007 - 21h24

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um curso do Ministério da Agricultura explica a técnicos e produtores rurais a importância de vincular o produto à localização geográfica para obter maior renda. As aulas começaram hoje (22) em Bento Gonçalves (RS), reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) pela tradição como produtora de vinhos e espumantes.Segundo a coordenadora de Apoio à Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Divanilda Almeida, a ligação de um produto com a localização geográfica representa fator de desenvolvimento local e de reforço das tradições culturais. Ela cita a fama do vinho do Porto, que lembra Portugal, e do bacalhau norueguês, reconhecido em todo o mundo.Há dois anos e meio, explica Divanilda, o governo oficializou a atuação do Ministério da Agricultura para indicar regiões geográficas que simbolizam determinados produtos. “Para isso, estão sendo capacitados técnicos e gestores do setor público para serem o braço da pasta em todos os estados nesse tipo de incentivo”, ressalta.As primeiras iniciativas do ministério envolveram realização de seminários e reuniões técnicas. Com o curso, segundo Divanilda, o ministério inicia uma nova etapa no programa. “A formalização do curso, que conta inclusive com participação internacional, pareceu ao ministério uma idéia mais eficaz”, explica.A coordenadora lembra que hoje no Brasil existem produtos de localização geográfica bastante conhecidos. Além do Vale dos Vinhedos, na Região Sul, que produz vinhos espumantes, estão o café do cerrado mineiro, a carne do Pampa Gaúcho e a cachaça de Parati (RJ) e de Salinas (MG). "A origem desses produtos agrega valor, por isso o Ministério da Agricultura vai prosseguir na realização dos cursos", afirma Divanilda. Para 2008, segundo ela, estão previstos dois cursos no primeiro semestre e outros dois no segundo semestre.O Mapa conta hoje com 40 técnicos capacitados na área. Também existem funcionários treinados nas secretarias estaduais de Agricultura, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e em outros órgãos vinculados.O curso em Bento Gonçalves tem a participação do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour lê Développement (Cirad), da França, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Inpi, da Embrapa, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) e das Secretarias Agricultura dos estados.