ONG lança projeto que incentiva preservação da caatinga em áreas particulares

26/04/2007 - 23h23

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Incentivar a preservação de áreas prioritáriaspara a conservação da Caatinga com foco em terrasparticulares nos dez estados por onde esse ecossistema se estende:Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba,Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Esse éo principal objetivo da Aliança da Caatinga, lançadahoje (26) no encerramento da 4ª Semana da Caatinga. O projeto épromovido pelas organizações não-governamentaisThe Nature Conservancy (TNC) e pela Associação Caatingaem parceria com cinco associações de proprietáriosde Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e aConfederação Nacional de RPPNs. O objetivo, segundo Henrique Garcia, da TNC, é montar um programa deincentivos à conservação em terras privadas,envolvendo RPPNs, reservas legais e áreas de preservaçãopermanentes, para então montar um conjunto de corredores deconservação, a fim de "pegaraqueles proprietários que têm interesse em possuir áreas conservadas há muito tempo e que acham importantea manutenção da função ambiental na região, município ou bacia hidrográfica”. Garcia lembrou que existem hoje na caatinga 35 reservas particulares queresguardam mais de 100 mil hectares: ”É uma áreaconsiderável e que mostra a potencialidade de usar RPPN comoum mecanismo de conservação”. Destacou, porém, que atualmente pouco menos de 2% desse bioma são protegidos em unidades de conservação permanentes. O programa, acrescentou, também vaidesenvolver políticas voltadas para a sustentabilidade local,tais como o incentivo ao ecoturismo, pesquisas e contribuiçõesem dinheiro por parte da sociedade. "A caatinga tem umpapel importantíssimo para o Brasil. É um bioma únicoe geralmente está associado à pobreza e à seca, enós acabamos esquecendo seu valor cultural, social e ambiental", disse Henrique Garcia. Para implantar oprograma Aliança da Caatinga será necessárioinvestir R$ 3 milhões nos três próximos anos.