Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O funcionário de uma empresa telefônica, acusado de ter vazado informações da Operação Têmis da Polícia Federal, não compareceu ao depoimento que deveria prestar hoje (26) na sede da superintendência regional. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do órgão, que não divulgou o nome do funcionário.Na última sexta-feira (20), o superintendente da PF em São Paulo, Geraldo José de Araújo, revelou que o vazamento da operação teria ocorrido por meio de um funcionário de uma companhia de telefone, que passara as informações para um policial civil, que por sua vez teria alertado os lobistas da organização criminosa que comprava decisões judiciais para manter o funcionamento de bingos em São Paulo.Um dos policiais civis acusados de participação no vazamento de informações da operação foi indiciado ontem (25) pela Polícia Federal, logo após o depoimento na sede da superintendência. De acordo com a assessoria, há indícios de participação do policial no delito e, por isso, ele foi indiciado por formação de quadrilha e quebra de sigilo telefônico.A Polícia Federal já ouviu outros dois acusados por envolvimento na organização criminosa: um empresário, na terça-feira (24), e outro policial civil, ontem. Os nomes são mantidos sob sigilo e mais um policial civil deverá ser ouvido nos próximos dias.A Operação Têmis da Polícia Federal investiga uma quadrilha de venda de sentenças judiciais para autorizar o funcionamento de bingos e obter créditos tributários de forma fraudulenta. De acordo com a Polícia Federal, desembargadores federais, advogados, juízes, contadores, donos de bingo e de empresas importadores de máquinas caça-níqueis, um procurador da Fazenda Nacional, uma servidora da Receita Federal, empresários e lobistas participariam da organização criminosa.