Assessor do Banco Mundial diz que Brasil está gerenciando melhor os recursos hídricos

26/04/2007 - 23h40

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nosúltimos dez anos, o Brasil evoluiu muito em termos degerenciamento dos recursos hídricos, segundo o assessorprincipal para o Brasil do Banco Mundial, Antônio RochaMagalhães.No encerramento da quarta edição da Semana da Caatinga, ele afirmou: “Aprendemos que aquestão de recursos hídricos não se resumeapenas a fazer barramentos e construir açudes, mas éfundamental administrar a água, tanto a oferta como tambémracionalizar a demanda através de comitês de bacias e decobranças pelo uso já que a água tem que servista como um bem escasso, que tem um valor econômico”. De acordo comMagalhães, uma das melhores formas de fazer com que as pessoaspercebam o valor e a importância da água écolocando um preço, mas isso deve ser feito “desde que haja uma cláusula social que garanta o acesso daspopulações mais pobres”. Depois de lembrar que atualmente cerca de 20 milhões de pessoas habitam a caatinga – que se estende pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe –, Antônio Magalhãesinformou que “mais da metade dessa população já está nas regiões urbanas emuitas delas já têm sistema de abastecimento de água, que retira água de reservatórios construídospelo poder público e leva até as cidades”. Ele destacou a importância de um “sistema através do qual se possa importar água de outras baciaspara garantir a segurança de águas nessas regiões”,porque alguns desses reservatórios podem ficar vazios na seca. “Há muitos problemas e as soluçõestêm que ser dispersas, como o programa de ummilhão de cisternas, que terá que ser mais de um milhãodentro de algum tempo, e outras fomas de aproveitando das fonteslocais que possam existir”, disse. Segundo Magalhães, a escassez de água na caatinga tende a aumentar, mesmo comos programas desenvolvidos pelo governo. “A degradaçãoambiental tem levado à depressão dos recursos de águaem várias regiões da caatinga. O capital natural estádiminuindo e é preciso mais investimento paragarantir o mesmo nível de abastecimento”. Indagado se atransposição das águas do rio São Francisco pode ser umasolução para o problema da seca na caatinga,  o assessor do Banco Mundial disse que serão usados apenas 2% da água do rio: "O rio não vai ser transposto. A quantidade de água quevai ser retirada é muito menor do que em muitos projetos deirrigação. O impacto não é muito grandese for retirada a água na época da cheia. Nesse caso, oimpacto é desprezível. Mas é preciso que se façauso de todos os dados disponíveis”.