Presidente da Abepec critica proposta de criação de rede de TVs do poder Executivo

21/03/2007 - 0h07

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A proposta de criação de uma rede nacional de TVs para o Executivo atrapalha a discussão que consolida a atuação dessas emissoras feita no âmbito do Fórum Brasileiro de TVs Públicas. A opinião é do presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (Abepec), Jorge da Cunha Lima, que participou hoje (20) de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a outorga e a renovação de concessões a emissoras de rádio e televisão educativas. “A proposta [de criação da Rede] atrapalha a discussão porque chamam o projeto de sistema de televisão pública, enquanto é estatal. Por que vamos discutir isso agora, um fato consumado, proposto por um ministério [Comunicações] e não pela sociedade?”. Defendido pelo presidente da Abepec, o Fórum Nacional de TVs Públicas foi criado pelo Ministério da Cultura e tem apoio de associações que representam as emissoras universitárias, comunitárias, legislativas e as ligadas a governos estaduais e federal. A entidade tem discutido nos últimos meses temas ligados ao futuro do setor, como regulamentação, financiamento e conteúdo. De acordo com o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, a rede de TVs públicas proposta pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, oferecerá quatro canais, entre eles a TV do Executivo. Os canais propostos terão o objetivo de divulgar temas de interesse da sociedade. A iniciativa custará cerca de R$ 250 milhões, programados para serem gastos em três anos. A proposta de criação da rede foi feita na semana passada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.