Produtores de sementes entregam abaixo-assinado favorável à liberação de transgênicos

20/03/2007 - 17h09

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - Agricultores e produtores ligados à Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) entregaram hoje (20) ao deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) um abaixo-assinado com 30 mil assinaturas de produtores de todo o país favoráveis à comercialização do milho transgênico. O peemedebista entregou o documento ao presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, que também preside a audiência pública que discute, desde ontem, em Brasília, processos de liberação de autorizações comerciais de transgênicos.A medida provisória que reduz o número de votos na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para a liberação de transgênicos deve ser sancionada ou vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até amanhã (21). A MP foi aprovada pela Câmara e Senado no final de fevereiro e prevê a redução do quórum de 18 integrantes para 14, o que abriria espaço para votações mais rápidas para a liberação de transgênicos, inclusive da variedade do milho geneticamente modificado.Favorável à liberação dos transgênicos, Perondi defendeu que os produtos geneticamente modificados, além de mais rentáveis economicamente, fazem bem ao meio ambiente. “A transgenia preserva o meio ambiente porque ela degrada menos a terra, precisa de menos terra para plantar e usa menos veneno, não só na cultura do milho, mas também em muitas outras culturas, como a do algodão, por exemplo”, afirmou. O argumento dos ambientalistas questiona que pode haver problemas para a biodiversidade De acordo com o deputado, a humanidade já consumiu aproximadamente 500 milhões de toneladas de produtos transgênicos e não há referência científica de que a transgenia faça mal ao homem. “Tem alimentos convencionais, que defendo, que desenvolvem alergias. O transgênico se causar alergia é retirado do mercado imediatamente”, argumentou, ressaltando que os transgênicos barateiam o custo da produção e dos alimentos para o consumidor. Os grandes agricultores apóiam a redução dos integrantes da CTNBio como forma de agilizar as autorizações, já os ambientalistas pedem o veto à medida.