Para ambientalistas, adoção do etanol pelos EUA não basta para conter aquecimento global

08/03/2007 - 17h55

Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - Por ocasião da visita do presidente norte-americano, GeorgeW. Bush, ao Brasil, a organização não-governamental (ONG) Greenpeace fez umprotesto hoje (8) no Monumento aos Bandeirantes em São Paulo, denunciando a“falta de discussão” entre os dois países sobre a redução do aquecimentoglobal, como definiu a organização por comunicado. No protesto, batizado de RefugiadosClimáticos, cerca de 25 pessoas fantasiadas como animais subiram no monumento eestenderam uma faixa escrita com a frase: “Etanol é pouco. Salvem o clima”.“Queremos ouvir desses líderes (Lula e Bush)suas propostas e compromissos para reduzirem a emissão de gases do efeitoestufa”, explicou Rebeca Lerer, coordenadora do protesto. Segundo ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bush deveriam “aplicar soluções definitivas e contundentes para aredução imediata das emissões de CO2 (dióxido de carbono) de seus países, aoinvés de apenas discutir acordos comerciais de etanol”.De acordo com o Greenpeace, a expansão da produçãobrasileira de etanol para abastecimento do mercado norte-americano é a pauta doencontro entre os dois presidentes e pode se tornar “um vetor de desmatamento ede outros problemas socioambientais”.Atualmente, Brasil e Estados Unidos são os dois maioresprodutores de etanol do mundo, sendo responsáveis cada um por pouco mais de um terçoda produção mundial, que é de 45 bilhões de litros por ano. De acordo com ocomunicado da ONG, a produção brasileira de etanol corresponde a 40% do consumointerno de combustíveis, enquanto a norte-americana corresponde a menos de 3%do consumo interno de gasolina.