UNE promove encontro por mudanças na política monetária

03/12/2006 - 17h07

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende lotar amanhã(4) o auditório da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo,no Largo São Francisco, no encontro que promove a partir das 10 horas,em defesa de mudanças na política monetária do país. Oauditório tem capacidade para 400 pessoas sentadas e deverá receberintelectuais, economistas, sindicalistas, parlamentares erepresentantes de movimentos sociais. Gustavo Petta, presidente da UNE,apontou a necessidade de "desvincular a taxa básica de juros, a Selic,da meta de inflação. E se disse favorável à troca de comando no BancoCentral. Segundo Petta, entre os palestrantes deverão estaro economista Luiz Gonzaga Belluzo, professor da Universidade Estadualde Campinas (Unicamp); o ex-presidente do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa; o sociólogoEmir Sader, secretário executivo do Conselho Latino-Americano deCiências Sociais (Clacso); e o economista Paulo Nogueira Batista,professor da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade de São Paulo. Participarãotambém outros convidados da União Brasileira dos Estudantes (UBES), daCentral Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos TrabalhadoresSem Terra (MST).Além dessa manifestação, denominada Ato Nacionalpor Mudanças na Política Econômica, a UNE pretende encaminhar umdocumento a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nopróximo dia 13, quando ele deverá ter encontro com representantes dosmovimentos sociais. A UNE pedirá mudança na direção doBanco Central e que os novos controladores da política monetária sejammais afinados com a teoria desenvolvimentista. “Esse movimento é umembrião para pressionar o governo a efetuar mudanças maissignificativas na política econômica”, esclareceu Gustavo Petta. Elereconheceu avanços no primeiro mandato de Lula, "mas foi um crescimentoque ficou abaixo da média mundial e mesmo dos países da América Latina,e isso em conseqüência do conservadorismo do Banco Central”. Com ocrescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezasproduzidas no país) em 0,5% no terceiro trimestre, segundo o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (PIB), o ministro da Fazenda,Guido Mantega, já disse acreditar em índice de 3,2% no ano, em relaçãoa 2005.No entanto, para Gustavo Petta, o ritmo não foisuficiente para “diminuir as diferenças sociais e a maioria dapopulação ainda vive a condição de excluída”. Na opinião dele, os jurospoderiam ter tido caído mais, já que a redução iniciada em setembro doano passado não conseguiu fazer com que o capital especulativo migrassepara o setor produtivo. A taxa Selic está em 13,25% ao ano e deverá sermantida pelo menos até a próxima reunião do Comitê de PolíticaMonetária (Copom) do Banco Central, prevista para o dia 24 de janeirode 2007.