Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo (Brasil) - Um grupo de empresários da construção civil levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um conjunto de sugestões que considera estratégicas para o país atingir o crescimento sustentado da economia e também figurar entre as 50 nações com o melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A reunião com o presidente está marcada para as 16 horas do próximo dia 13, quando os empresários pretendem mostrar que é possível a aprlicação de R$ 206 bilhões em investimentos no setor. A maior parte desses recursos, 77%, seria obtida dos fundos de investimentos do setor privado. Segundo informação divulgadapela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a idéiabásica já foi apresentada ao ministro doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan,que aprovou a iniciativa. Nessa reunião, no dia 27 de novembro, o coordenador docomitê da Cadeia Produtiva da Construção Civil (Comcic) da Fiesp, JoséCarlos de Oliveira Lima, justificou o plano ao afirmar que “sem aconstrução civil não há desenvolvimento sustentado”. Alémdo estímulo à área habitacional, os empresários querem estender os investimentos à de infra-estrutura. Para o setor de transportes, a Fiesp defende aaplicação de R$ 46,8 bilhões; em energia, outros R$ 27,2 bilhões; emsaneamento, R$ 24 bilhões; em habitação de interesse social, R$ 40,8bilhões, e em construções para o mercado imobiliário, R$ 67,2 bilhões. Devido às medidas de desoneração fiscal determinadas pelo governo federalsobre os materiais de construção, o setor atingirá neste ano o maior crescimento dos últimos cinco anos, com 6,2%, contra os 1,3% de 2005.Os empresários apostam na viabilidade de suas propostas com base em estudo encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) pelaUnião Nacional da Construção Civil (UNC). Esse estudo identificou uma quase estagnação nos investimentos na malha rodoviária federal, que entre os anos de 1950 e 1985 chegaram a crescer em média 4,8%. O índice baixou a 0,6% de 1985 a 2004. Além disso,pelos cálculos da Fiesp a expectativa de vida do brasileiro poderia serelevada em 1,6 anos, nos próximos quatro anos, se houver um aporte de R$ 34 bilhões ao ano em habitação e saneamento básico. Dados do Ministério das Cidades apontam que os investimentos em saneamento básico somam R$ 12,9 bilhões. Umoutro levantamento, feito pela Associação Brasileira da Infra-Estruturae Indústrias de Base (Abidb), mostra que o país precisaria investir anualmente R$ 87,7 bilhões em infra-estrutura – o equivalente a 4,15% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2005.