Michel Medeiros
De A Voz do Brasil
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) quer que os professores quetrabalham nas aldeias sejam melhor preparados. Para isso, o órgão pretende incentivaras universidades a criar o Curso Superior Indígena, onde professores serãocapacitados para levar à salas de aula características culturais e a históriadesses povos, respeitando os costumes e as tradições de cada um.A criação do curso faz parte do Programa de Formação Superior e LicenciaturasIndígenas do MEC. A Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) foi pioneirana implantação do curso, em 2000. No início de 2006 formou a primeira turma,com 200 professores.Segundo o coordenador de educação indígena do Ministério da educação, KleberGesteira Matos, é importante que os professores conheçam as tradições de cadapovo. “A legislação da educação indígena no nosso país estabelece que aeducação nas escolas das aldeias seja de acordo com a valorização doconhecimento tradicional, somado ao melhor do currículo da sociedade brasileiranum geral”, explicou.O ministério pretende avaliar, inicialmente, a qualidade da educação levada aosindígenas. Representantes do governo e de 20 universidades públicasparticiparam, por isso, do Seminário Nacional de Avaliação do Programa deFormação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind), que terminou nestesábado (2).Gesteira explicou que os resultados serão aplicados no programa. Além das seteuniversidades que já oferecem esse curso de formação de professores, mais 13instituições de ensino superior foram convidadas para participar do seminário.O encontro reuniu cerca de 80 pessoas no auditório da reitoria da Universidadede Brasília.Dados do censo educacional de 2005 revelam que apenas 15%dos alunos das escolas indígenas estão matriculados na segunda fase do EnsinoFundamental, que vai da 5ª à 8ª série.