Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirmou hoje (14) que o Conselho de Ética da Câmara tem agora duas saídas, em relação ao deputado Roberto Jefferson: não investigar nada ou investigar tudo. Ele prevê que passará de 60 dias "com certeza" o trabalho do Conselho, pois o deputado teria apresentado, pelo menos, um dado concreto: o recebeimento, por seu partido, de R$ 4 milhões de empresa de publicidade de Minas Gerais, nas últimas eleições. "Ele deu nome, datas e valores e isso tem que ser investigado", afirmou Fruet. "Temos que lembrar que ele tem imunidade parlamentar e, já que está fazendo acusações, vai ter que ter a oportunidade de assumi-las".

Para Fruet, seria uma ilusão pensar que Jefferson iria comparecer ao depoimento já trazendo provas sobre tudo o que iria dizer. "E seria irresponsabilidade do Congresso Nacional não aceitar os indícios que ele ofereceu. O depoimento em si não é prova de nada, mas é o início de um
processo".

O deputado paranaense explicou por que prevê que o trabalho "vai longe": "A partir daqui o relator do Conselho de Ética e os deputados vão apresentar uma série de sugestões para seguir um roteiro de trabalho, vamos ter contraditório, quebra de sigilos bancário e telefônico, convite a autoridades para comparecerem ao Conselho".

O líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), comentou que "todos pensavam que Roberto Jefferson ia sair hoje daqui cassado, mas não será bem assim", concordando com o deputado Gustavo Fruet.