Mylena Fiori
Enviada especial
Iaundé (República de Camarões) - A atuação conjunta do Brasil e países africanos na Organização Mundial do Comércio (OMC) e a defesa do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) foram os destaques dos discursos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Paul Biya, da República de Camarões, em jantar no Palácio Presidencial. "É inaceitável que continentes inteiros como a África, com 54 países, não tenham representação no Conselho de Segurança da ONU", afirmou Lula em seu discurso.
"Não podemos ser observadores passivos de decisões que afetam o nosso destino", disse Lula ao referir-se a uma parceria entre o Brasil e os países africanos para defender interesses comuns na OMC. O presidente brasileiro afirmou que o comércio internacional pode ajudar a erradicar a fome e a pobreza. "Juntos, temos de lutar pela eliminação dos pesados subsídios e das medidas protecionistas praticadas pelos países ricos", acrescentou.
Lula destacou, no discurso, que a República de Camarões foi um dos países mais receptivos no processo de reaproximação do Brasil com o continente africano. Por isso, acrescentou, o Brasil decidiu reabrir sua embaixada em Iaundé. "Nossa decisão é uma aposta para a reaproximação com Camarões e todo o continente".
Paul Biya destacou que Lula chegou ao seu país "com o merecido título de campeão na luta contra a pobreza". Para o presidente de Camarões, essa atuação do governo brasileiro credencia o país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Biya também considerou "importante" que Brasil e Camarões atuem conjuntamente na defesa de interesses comuns na OMC.