Falta de coordenação, e não de recursos, dificulta execução de obras, diz secretária

18/03/2005 - 15h51

Brasília, 18/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - O principal entrave na execução de obras de saneamento, habitação e transporte não é a falta de recursos. "Em muitos lugares do país, o principal problema é a descoordenação que existe entre as várias esferas de governo", disse a secretária executiva do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato, em entrevista exclusiva à Radiobrás.

A execução orçamentária foi discutida hoje na reunião do Conselho das Cidades, órgão que reúne representantes do governo federal, sociedade civil e gestores municipais e estaduais.

De acordo com Ermínia Maricato, a relação entre as esferas de governo tem avançado para uma "uma institucionalidade de cooperação entre municípios, governos estaduais e federal". Apesar de o governo federal liberar recursos para as obras de desenvolvimento urbano, a secretária destacou que elas são executadas pelas prefeituras e governos estaduais. "Nós não fazemos obras, quem faz é o tomador do recurso, que é o município ou o governo estadual", explicou.

Ermínia Maricato disse que o ministério tem procurado se aproximar dos governos locais para acompanhar as obras e entender quais são as dificuldades em fazer uso das verbas. "Nós estamos fazendo um esforço de visita às várias regiões do país. O governo federal está muito longe daquilo que é feito na ponta, nos municípios", admitiu. A secretária disse que é preciso levar em consideração que obras como as de saneamento são complexas e levam tempo para serem iniciadas.

A reunião do Conselho das Cidades prossegue amanhã (19), em Brasília.