Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para uma platéia majoritariamente formada por adolescentes, o chefe de Gabinete
Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, fez, hoje, críticas a parte da elite brasileira que, segundo ele, cresceu às custas da inadimplência junto a bancos estatais. O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na Câmara dos Deputados, do "Seminário de Incubação de Empreendedores Brasileiros", patrocinado pela Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Anceabra).
Ao comentar os incentivos dados pelo governo ao microcrédito, Gilberto Carvalho enfatizou a honestidade do pobre na hora de honrar com os seus compromissos. "O presidente Lula chamou esses dias os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica e mostrou para eles os dados do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que é o que tem o menor índice de inadimplência. Pobre honra suas dívidas, ao contrário de muitos da elite brasileira, que fizeram a sua fortuna em cima da inadimplência em relação aos empréstimos estatais, com seus desvios, processos e postergamentos", afirmou.
Gilberto Carvalho destacou, ainda, que "muitas vezes as dívidas jamais foram pagas". Nesse sentido, ele ressaltou que o governo federal tem trabalhado para ativar a economia popular. "Fizemos uma campanha forte e deliberada de ‘bancarização’, para que contas em bancos não sejam privilégios de quem tem dinheiro". O chefe de gabinete do presidente destacou os trabalhos feitos pelo Banco Popular e o Caixa Aqui. Segundo ele, só o programa da CEF permitiu a abertura de 2,5 milhões de contas. Já o Banco Popular praticamente dobrou as contas da Caixa Econômica, disse Carvalho.
Ele também fez questão de mencionar o programa que é "a menina dos olhos" do presidente Lula: a possibilidade de o trabalhador conseguir empréstimos bancários a juros menores dando como garantia parte do seu salário. "Eu trabalhei em fábrica 10 anos como soldador e me lembro da figura do agiota. Todo fim de mês, as pessoas corriam para os agiotas, que cobravam juros de 15% a 20% ao mês", lembrou.
O empréstimo em consignação, explicou, é feito com juros de 2% a 3%, "rompendo com a escravidão que o povo tinha com relação ao agiota". "Esses são os primeiros sinais de um governo que efetivamente quer se comprometer com o pequeno trabalhador", acresentou.