Brasil acumula forças porque quer evitar bravata, diz chefe do gabinete de Lula

27/01/2005 - 20h35

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em palestra sobre "Desenvolvimento Político e Econômico no Brasil", o chefe de Gabinete Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, destacou hoje os esforços empreendidos pelo governo Lula no sentido de juntar forças com países em desenvolvimento para ter melhores condições "nas mesas internacionais de negociações comercial, industrial,
agrícola, política e econômica". Carvalho participou hoje, na Câmara dos Deputados, do Seminário de Incubação de Empreendedores Brasileiros, patrocinado pela Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Anceabra).

Segundo Carvalho, as atitudes práticas são tomadas quando se tem força. Caso contrário, qualquer atitude pode ser tomada como "bravata". É este o empenho do presidente Lula no processo de unificação da América Latina, dos países africanos e com outras nações em desenvolvimento, explicou: "Unificados e tendo nossos interesses postos em comum, poderemos comparecer nas grandes mesas internacionais de negociação comercial, industrial, agrícola, política e econômica e dizer claramente: agora não será mais assim, nós queremos
rediscutir o que é o conceito de dívida, queremos rediscutir o pagamento dessa dívida, nós queremos discutir as taxas que impõem aos nossos produtos quando exportamos", afirmou.

O chefe de gabinete fez críticas aos norte-americanos. Ele explicou à platéia como os Estados Unidos taxam produtos brasileiros para que, mais caros, eles percam competitividade em seu mercado interno. Citou como exemplos suco de laranja, sapato e aço, completando que, por outro lado, os norte-americanos não querem ver seus manufaturados e componentes eletrônicos exportados para o Brasil sofrerem a mesma taxação. "Isso é que é o tal do neoliberalismo", disse Carvalho.

"Para combater o neoliberalismo, não bastam discursos, não bastam passeatas nas ruas. As manifestações antiglobalização, como as feitas hoje em Porto Alegre (RS), no Fórum Social Mundial, são muito importantes, mas tem que ter conseqüências e atitudes práticas de governo", ressaltou Carvalho.