Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal prendeu, na tarde desta sexta-feira, o vereador Sérgio Pereira Nunes, eleito pelo município de Guapo (GO), na Operação Castelo, que tem como objetivo reprimir o tráfico internacional de seres humanos. De acordo com a Polícia Federal, ele confessou o crime. O vereador era responsável pelo acompanhamento de passageiros até o México para a travessia ilegal para os Estados Unidos. Com isso, são sete os presos durante a operação em Goiânia. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais e residências.
A operação começou depois que a PF recebeu denúncias sobre o embarque de mulheres aliciadas para prostituição na Espanha. Durante as investigações surgiu o envolvimento da Banca de Revista Areião, localizada em frente à Superintendência da PF em Goiânia, e da Agência de Turismo Vantur, que seria responsável pela venda de passagens às mulheres vítimas do aliciamento. A agência é de propriedade da companheira de um agente federal do setor de passaportes, que também foi preso durante a operação. Segundo a polícia, ele recebia e conferia os requerimentos de passaportes das aliciadas, acelerando o processo.
De acordo com a Polícia Federal, foram libertadas, depois de um acordo firmado com o governo espanhol, quatro mulheres brasileiras que estavam em cárcere privado na cidade de Valência, juntamente com outras 20 romenas.
Goiás, ao lado do Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo é um dos principais pontos de partida de mulheres que são levadas para o exterior. Estima-se que o tráfico de seres humanos movimente entre US$ 7 bilhões e US$ 9 bilhões por ano em todo o mundo.
A maioria das mulheres tem entre 18 e 21 anos e são solteiras com baixa escolaridade. Segundo o escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crimes (UNODC), entre 800 e 900 brasileiras são levadas para o exterior por aliciadores a cada ano.
Os aliciadores são, na maioria dos casos, homens com idades entre 31 a 40 anos, casados e com um bom grau de instrução. A atividade empresarial é a mais comum entre eles, incluindo ramos como o de casas de shows, boates, agências de matrimônio, táxis e agências de viagem.
Para aliciar as mulheres, o tráfico internacional costuma enganá-las com falsas promessas de emprego e melhoria das condições de vida. No exterior, terminam prisioneiras de redes de prostituição.
Com informações da Polícia Federal