Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Confira a seguir as principais avaliações sobre os programas de transferência de renda no Brasil feitas por Selma Ferreira, a beneficiária n. 1 do Bolsa Escola, um dos primeiros programas do gênero, implantado no Distrito Federal em 1995.
O dinheiro dessas bolsas é suficiente para ajudar a mudar a vida das pessoas?
"Se tiver muitos filhos, não é suficiente, mas ajuda muito. Ainda mais hoje, que muita gente não tem emprego, as coisas estão tão caras".
Tem gente que gasta o dinheiro com cachaça?
"Conheço todo mundo aqui e nunca vi isso. O dinheiro de todo mundo foi bem aproveitado. A alimentação de todo mundo melhorou. Aqui mesmo: não tenho nada na minha casa, mas comida não falta".
Já viu alguém criticar esse tipo de programa porque ache que é esmola?
"Nunca. Hoje em dia, com a vida difícil como está, qualquer ajuda é bem-vinda. Quem criticava antigamente era quem não acreditava que ia ser verdade. Depois, quem não ganhou dizia que era marmelada, mas era porque tinham vontade de entrar também".
Já viu alguém "viciado", deixar de trabalhar para ficar recebendo o benefício?
"Só a bolsa não dá pra ninguém viver não. Ninguém vai deixar de procurar emprego porque está recebendo a bolsa".
Já viu alguém tendo mais filhos para receber a Bolsa, ou para receber mais auxílio?
"A consciência vai de cada um. O governo só está tentando ajudar".
É justo, e necessário, cobrar dos pais a presença das crianças na escola como condição para receber o benefício?
"É justo. Ganhar a bolsa sem nada?... O patrão não cobra entrada e saída? Então... Mas, mesmo que não tivesse, é obrigação do pai levar à escola".
O que mais falta para ajudar as crianças hoje?
"Hoje falta essas coisas tipo Senac, Senai. O menino estuda, mas vem pra casa e não tem o que fazer. E também precisava ter almoço na escola para as crianças. Saco vazio não pára em pé".
A sra. observa se o candidato em que pretende votar apóia esse tipo de programa?
"Hoje em dia, a gente já aprendeu e pesquisa bem antes de votar... Mas, na hora da campanha, todo mundo apóia, depois é que são elas..."