Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que se reunirá a partir de amanhã para decidir sobre a manutenção, redução ou aumento da taxa de juros Selic, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou, hoje, a empresários paranaenses que a redução da taxa depende das condições de credibilidade que o Brasil tem.
"É óbvio que todos nós queremos que os juros, no Brasil, sejam os mais baixos possíveis. Mas isso depende muito das condições de credibilidade que este país tem. Ou seja, quando o governo quer vender um título, quem vai comprar precisa saber se vai receber ou não e é aí que entra a palavra credibilidade como chave para você começar a reduzir a taxa de juros", afimou o presidente na Associação de Comércio do Paraná.
Lula disse, ainda, que mais importante do que reduzir a taxa Selic é baixar o "spread" dos bancos, que é a diferença entre as taxas básicas de juros e o que é cobrado ao cliente. "Nós continuamos acreditando que a taxa de juros não pode ser maior do que aquela adquirida por alguém que ganha como resultado da produção. Agora, isso tem que ser construído. Isso não é bravata, não é discurso, porque esta coisa tem que ser feita com muita maturidade, muita responsabilidade e com os passos calculados", acrescentou.
Segundo o presidente, o Brasil não pode mais "se dar ao luxo de uma aventura fracassada". Ele destacou que o país já perdeu vários momentos históricos de possibilidade de crescimento. "O momento que estamos vivendo é o melhor de muitos outros desse país", disse ele. A seriedade na condução da política econômica é uma marca de seu governo, bem como "cada coisa a seu
tempo", esclareceu o presidente.