Ministros decidem que acordo do Mercosul com a UE só com avanços

20/07/2004 - 20h25

Brasília, 20/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil não aceitará um acordo de livre comércio do Mercosul com a União Européia se não for do interesse do país. A decisão foi tomada hoje pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; da Fazenda, Antonio Palocci; da Casa Civil, José Dirceu; das Relações Exteriores, Celso Amorim; da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Planejamento, Guido Mantega, integrantes da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

O secretário da Camex, Mario Mugnaini, seguiu hoje para Bruxelas, onde negociadores de Mercosul e União Européia discutem os termos do acordo previsto para outubro levando o recado brasileiro. "Não haverá o acordo pelo acordo e de que não irá avançar nas negociações se não for interesse do país", disse Mugnaini.

Por meio da Assessoria de Imprensa, Mugnaini disse que o Brasil não vai aceitar o retrocesso em questões em que já avançou, como a das quotas e tarifas da carne. "Se for preciso, não haverá problemas para o Brasil em adiar o prazo para o acordo. Não estamos lutando contra o tempo. Se houver necessidade de mais tempo, as negociações serão feitas posteriormente com a nova comissão européia que está para ser trocada", afirmou o secretário-executivo da Camex.

"Não passa pela nossa cabeça ganhos menores do que já conseguimos ou podemos ter", complementou.

No fim de agosto será realizada em Brasília uma reunião ministerial com a participação da União Européia para negociações com Mercosul.

A Camex também tratou das negociações com a Argentina em torno das recentes restrições à exportação de produtos brasileiros. Em agosto o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, vem ao Brasil para uma reunião com a equipe econômica.