Brasília, 20/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Para o secretário adjunto do Ministério da Educação (MEC), Jairo Jorge, as negociações em torno do Plano de Carreira dos servidores técnico-administrativos das universidades federais e das escolas federais de ensino médio e técnico ainda está aberta, mas praticamente todas as reivindicações foram atendidas. Apesar disso, cerca de 150 mil servidores estão em greve há 28 dias.
"Isso é um ajuste natural. Apresentamos uma minuta de projeto de lei, que depende de muitos ajustes ainda", disse Jairo Jorge. De acordo com o secretário, o índice de reajuste para mudança de função, chamado de "step", ainda está em estudos pelo MEC. A intenção do governo é conceder de 3% a 5%, mas depende do impacto que irá causar no orçamento do ministério. Atualmente, o MEC gasta R$ 2,5 bilhões com a folha de pagamento dos trabalhadores.
"Nós estamos trabalhando nessas simulações. Acreditamos que em 48 ou 72 horas, esses números estarão à disposição", garantiu o secretário.Mais uma rodada de negociações está prevista para hoje. Os servidores ainda querem reverter a decisão do MEC de só conceder o reajuste de 28% aos servidores que renunciarem às suas ações para correção de planos econômicos e de salários na Justiça. Assim, o aumento incidirá sobre o salário básico, anterior às decisões judiciais.
"Temos que explicar para todas as pessoas, porque na legislação uma virgulazinha pode significar o prejuízo total", afirmou o coordenador-geral da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), Paulo Henrique dos Santos.
Por causa da greve, o atendimento nos 45 hosiptais universtitários está comprometido. De acordo com Paulo Henrique, os funcionários estão trabalhando em sistema de plantão e revezamento de equipes, mantendo pelo menos 30% dos servidores em atividade. "Os companheiros, com toda responsabilidade, têm mantido os setores essenciais e tratamentos continuados, mas a parte de ambulatório está sendo removida para o setor público", explicou ele.