Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Campanha pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salário recolheu mais de 100 mil assinaturas em apoio à Proposta de Emenda à Constituição do senador Paulo Paim (PT-RS) e do deputado Inácio Arruda (PC do B-CE), que prevê a redução das atuais 44 horas semanais para 40 horas. O abaixo-assinado será entregue amanhã, por líderes sindicais ao ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, em Brasília.
O recolhimento de assinaturas começou no início de abril, numa campanha que contou com a participação das seis principais centrais sindicais do país: Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Social Democracia Sindical (SDS), Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Contou também com o apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Na avaliação das centrais sindicais, a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas poderia gerar 1,8 milhão de postos de trabalho. O argumento tem como base a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2003, quando 18.314.855 trabalhadores com carteira assinada tinham jornadas entre 41 e 44 horas. Com a redução para 40 horas semanais, 3,97 horas de cada trabalhador estariam disponíveis para outro trabalhador.
Para manter o mesmo nível de produção, seria necessário contratar mais 1.817.749 trabalhadores para cobrir as 72.709.974 horas que deixaram de ser cumpridas pelos trabalhadores que tiveram a jornada reduzida.
O presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, disse que além da geração de empregos, a redução na carga horária permitiria uma possibilidade do trabalhador ter um tempo livre para a requalificação profissional e ter um tempo para a família. "Nós não nascemos apenas para trabalhar", defendeu.