São Paulo, 15/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - No painel que tratou do tema "Commodities, Diminuição da Pobreza e Desenvolvimento Sustentável", realizado hoje na XI Unctad, especialistas apresentaram estudos que mostram o complexo mercado das commodities, citando a instabilidade nos preços, o declínio no valor desses produtos em relação aos produtos agregados e manufaturados e a dificuldade que tem o mercado em equilibrar a produção com a demanda. O consenso entre os participantes é de que a solução é tão complexa e difícil, quanto o assunto tratado no encontro. Mas não por falta de debater o tema.
Na ocasião foi lembrado que em setembro de 2002, durante o encontro da Cúpula Mundial ,em Johanesburgo, na África do Sul, foi discutido o desenvolvimento sustentável, e reconhecido a importância no papel das commodities "dentro do contexto da sustentabilidade".
Em evento paralelo à conferência das Nações Unidas, no Anhembi, nesta capital, o Fórum da Sociedade Civil pede que a Unctad "se engaje de forma ativa na criação e gestão de mecanismos multilaterais destinados a sustentar e regular os mercados de commodities, particularmente de produtos agrícolas".
Poul Nielson, Comissário para Desenvolvimento da Comissão Européia, disse durante sua participação no painel, que a variação negativa nos preços das commodities, intensifica ainda mais a disputa de mercado, mas acrescentou que não há como fugir da questão. Entretanto ponderou dizendo que "quando se trata de mudar as coisas, na prática é difícil alterar o conservadorismo".
O ministro da Agricultura e Abastecimento, Roberto Rodrigues, esteve presente como moderador no painel. Ele disse que a globalização pode ser representada "por duas faces da mesma moeda. Uma delas a exclusão social e a outra a concentração da riqueza", que classificou como um lado negativo da globalização.
"O aumento da exclusão social é uma ameaça para a paz e a democracia", afirmou. E disse que o desafio desse século será diminuir essa lacuna entre países ricos e pobres.
O ministro defendeu a abertura dos mercados agrícolas pelos países desenvolvidos, "porque os países ricos têm uma minoria que pessoas que dependem do setor agrícola, contrário aos países pobres, onde a maioria trabalha na agricultura".