Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A aprovação do salário mínimo de R$ 260, na Câmara dos deputados, foi condenada pelas duas maiores centrais sindicais do país. A Força Sindical divulgou nota afirmando que um aumento de R$ 20, "significa uma humilhação para os brasileiros" e definiu o reajuste como "pífio" e "migalha".
Segundo a Força Sindical, "é mais uma atitude de quem claramente esquece os compromissos e dá as costas aos trabalhadores. O governo e sua equipe de tecnocratas parece esquecer que um aumento digno para o mínimo é uma boa maneira de promover uma justa distribuição de renda no país". Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, entende que seria necessário divulgar o nome dos deputados que "traíram os trabalhadores" aprovando o mínimo de R$ 260.
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, lembrou a proposta que apresentou ao governo "perfeitamente exeqüível de reajuste do salário mínimo de R$ 300". Para o sindicalista, o governo poderia dar um salário mínimo maior. Ele cita dados do Banco Central, apontando uma arrecadação de R$ 32,4 bilhões a mais do que o governo gastou no primeiro quadrimestre deste ano, que gerou um superávit primário de 6,35 %, superior ao acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 4,25 %.
Marinho adiantou que o movimento sindical insistirá com o governo para a criação de uma equipe de trabalho que estude, ainda este ano, o reajuste do mínimo de 2005, garantindo que os recursos estejam previstos no próximo orçamento. "Vamos evitar novos debates no próximo ano. Precisamos discutir este ano", completou.