OCDE inicia estudo sobre a agricultura brasileira

25/05/2004 - 20h28

São Paulo, 25/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou o início de um estudo sobre a agricultura brasileira. No último dia da Conferência Mundial sobre Agropecuária, realizada na capital paulista, o Brasil foi o foco dos estudos apresentados por representantes de universidades americanas e européias, Comunidade Européia, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e outros.

Entre os temas mais importantes tratados no último dia da conferência estavam o impacto da liberalização do comércio mundial sobre os pequenos agricultores do Brasil, estimativas do apoio governamental aos produtores e o impacto de entrada dos alimentos transgênicos.

"O interesse (dos membros da OCDE no Brasil) é o óbvio: a produção (agrícola) brasileira anda crescendo muito. Alguns nos olham como grande fornecedor de alimentos, agora e para o futuro, outros nos vêem como um baita de um concorrente e que precisa ser visto com cuidado, ser examinado", explicou o diretor do Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edílson Guimarães.

O Brasil não é membro da OCDE e a realização da Conferência Mundial no país permitiu ao governo brasileiro desfazer mitos e informações incorretas sobre a agricultura do país. Os países da OCDE ficam intrigados com o potencial da produção brasileira apesar da inexistência de subsídios e de problemas estruturais. Por isso é importante que os pesquisadores façam estudos sobre o país.

"Nós temos interesse que eles promovam esses estudos porque dão transparência à política agrícola brasileira e uma ‘chancela’ de credibilidade da OCDE, que detém uma credibilidade técnica muito grande", disse o Coordenador Geral de Planejamento Agrícola do Ministério, Marcelo Guimarães.

Segundo ele, "um estudo técnico da OCDE é lido como referência por quem toma decisões. A OCDE não é um fórum de negociações como é a OMC (Organização Mundial do Comércio) nem uma instituição financeira, como é o FMI ou o Banco Mundial. Por isso, ela tem credibilidade, tem isenção para propor, para dar o encaminhamento dos estudos dela sob a forma que melhor lhe convier, sob o aspecto técnico, sem nenhuma influência política".