Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha com atenção a crise na Bolívia e conversou hoje por telefone com o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada para se interar sobre a situação no país vizinho. Lozada telefonou para Lula no início da noite de hoje, mas o Palácio do Planalto não divulgou o teor da conversa.
Mas em despacho com o porta-voz André Singer, Lula manifestou "profundo pesar" pela morte de mais de 40 pessoas em conseqüência dos confrontos entre manifestantes que pedem a renúncia do presidente e a polícia boliviana. O presidente também garantiu ter certeza de que o país vizinho vai superar a crise. "O presidente está seguro de que os bolivianos saberão superar esses momentos difíceis por meio do diálogo e do entendimento entre suas forças políticas, respeitando-se a lei e o direito", enfatizou Singer.
O presidente Lula reiterou, ainda, a sua convicção de que, apesar das dificuldades, a América do Sul vai se consolidar "como uma região justa, pacífica e democrática". Singer disse que o presidente já determinou ao Ministério das Relações Exteriores que acompanhe, de perto, a situação dos brasileiros que vivem ou estão na Bolívia. O porta-voz informou que o chanceler Celso Amorim já conversou por duas vezes nos últimos dias com o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Carlos Saavedra, para se interar sobre a crise.
Desde a última segunda-feira, milhares de manifestantes pedem a renúncia de Lozada. Eles tomaram o centro da capital, La Paz, saquearam lojas e incendiaram armazéns e casas em vários bairros da cidade. As manifestações também se espalharam por outras cidades bolivianas. O embaixador do Brasil na Bolívia, Antonino Mena Gonçalves, disse hoje que a situação na capital do país está caótica.