Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vice-presidente José Alencar continua se recuperando bem da cirurgia de alta complexidade a que foi submetido, no último domingo (25), para a retirada de tumores na região abdominal, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com o último boletim médico, divulgado no início da tarde de hoje, ele permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas apresenta boa evolução “dentro da programação prevista pelo corpo clínico”. Alencar respira sem ajuda de aparelhos e está consciente, informa a nota. Os médicos que o acompanham são Paulo Hoff (oncologista clínico) , Roberto Kalil Filho (cardiologista) e Ademar Lopes (cirurgião-oncologista).
Luana Lourenço
Enviada Especial
Belém (PA) - Um grupo de 30 índiosdo Vale do Javari, no Amazonas, invadiu uma das tendas de debate doFórum Social Mundial (FSM) para protestar contra a morte deindígenas por hepatite nas tribos da região e denunciara falta de solução por parte da FundaçãoNacional do Índio (Funasa) e do Ministério da Saúde.O grupo interrompeu umdebate da Fundação Perseu Abramo, na tenda Cuba 50anos, e subiu ao palco para denunciar o surto da doença, que,segundo as lideranças, atinge seis etnias desde a décadade 80. “Queremos chamar a atenção porque estamosmorrendo e se ninguém tomar providências esses povosserão extintos em 20 ou 30 anos”, afirmou o líderJorge Marubo. De acordo com Marubo, ahepatite já matou mais de cem índios do Vale do Javarie o número de mortes pode ser ainda maior porque a hepatitefacilita o contágio por outras doenças, como a malária.“Estamos morrendoinclusive durante o Fórum Social Mundial. Estamos de lutoainda porque segunda-feira, um dia antes do Fórum começar,perdemos o líder Edilson Canamari, que morreu vomitandosangue”, relatou, após o protesto.O cacique Waki Mayorunacriticou a atuação da Funai e da FundaçãoNacional de Saúde, ligada ao Ministério da Justiça,e pediu apoio da organização Médicos SemFronteiras para conter o avanço da doença nas tribos daregião.“Nenhum de vocêsquerem ver seus filhos e netos morrendo. Nós tambémnão. A Funasa está acabando com os índios”.Cerca de quatro milíndios vivem no Vale do Javari em mais de 50 comunidades. Aárea fica na fronteira entre Brasil e Peru.
Amanda Mota
Enviada Especial
Belém (PA) - A criaçãode uma agenda política e social global e a integraçãolatino-americana estão sendo apontadas por intelectuais erepresentantes da sociedade civil organizada, no Fórum SocialMundial (FSM), em Belém(PA), como mecanismos para enfrentar a atual crise econômicamundial.Na opinião dodeputado no Congresso espanhol e porta-voz do grupo parlamentar daIzquierda Unida, Joan Herrera, a atual crise revela a inviabilidadede continuidade do sistema econômico predominante no mundo. Eletambém defendeu a criação de um conjunto depropostas para aplicações concretas na realidademundial."Penso que ahumanidade necessita de uma agenda global com propostas concretas quesuperem o atual modelo que não funciona, que é ocapitalismo. Essa deveria ser uma agenda com orientaçõespolíticas e sociais e prever ainda a intervençãodos atores sociais junto aos governos", disse.O diretor da EscolaLatino-americana de Governo, Políticas Públicas eCidadania, em Madrid, na Espanha, Juan Carlos Monedero, ressaltou quea integração dos países no continentesul-americano é outro elemento fundamental para a busca desoluções frente à atual crise. Por isso, eleconsidera que o encontro dos presidentes do Brasil, Venezuela,Equador e Paraguai na quinta-feira (29), durante o FSM, representouum grande passo para o bem-estar das populações daregião."Creio serfundamental entender a economia, fomentar políticas públicas,dar respostas aos movimentos populares e descobrir que caminhoseguir. Precisamos de um novo conceito de dignidade de vida",acrescentou Monedero.Em entrevista àAgência Brasil, o presidente da organizaçãonão-governamental colombiana Viva Cidadania, Pedro Santana,afirmou que o Fórum é um espaço de articulaçãoentre os atores que buscam uma sociedade mais humana e democrática.Na sua avaliação, o encontro vai contribuir paracontornar a crise econômica mundial. Defendeu ainda que associedades precisam adotar maior racionalidade no consumo dos bens erecursos naturais."Esse fórumvai nos ajudar a descobrir ferramentas políticas para combatera crise. A economia é uma parte da sociedade e deve estar aserviço dos homens e não o contrário. Areestruturação da economia depende da reestruturaçãoda sociedade. Precisamos também de um consumo maisresponsável", analisou o colombiano.
Da Rádio Nacional
Brasília - Conseguir camisinhas distribuídas pelo SistemaÚnico de Saúde (SUS) ficará mais fácil a partir deste ano. Quemprocurar pelo preservativo masculino nos centros de saúde e hospitaispúblicos não precisará mais apresentar documento de identidade eparticipar de palestras ou reuniões.Segundo Ellen Zita,assessora técnica da Unidade de Prevenção do Programa de DST-aids doMinistério da Saúde, a intenção é diminuir a burocracia na entrega doproduto e, assim, aumentar à procura pelo preservativo. “No sistema desaúde, muitas vezes a gente vê barreiras importantes impedirem oacesso. É isso que a gente quer que cresça ou se perceba dentro da redede saúde. Para ampliar o uso do preservativo, tem que daracesso”, explica Ellen.Márcia Nascimento, 22 anos, vai comfreqüência buscar camisinhas nos postos de saúde para o namorado, quenão tem tempo. De acordo com ela, as mudanças no sistema serãopositivas, porque vão facilitar a vida das pessoas. "Vai ficar melhor. Você não precisará ficar emuma sala, com várias pessoas, assistindo palestras”, afirma.No ano passado, ogoverno federal bateu recorde de distribuição de preservativosmasculinos. Segundo o Ministério da Saúde, 406 milhões de camisinhas foram enviadas aos municípios para seremdistribuídas à população. Para 2009, a expectativa é ainda maior. O programa DTS-aids pretende distribuir pelo menos 700 milhões de preservativos.
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, não quis comentar se o ex-militante de esquerda italiano Cesare Battisti, cujo pedido de libertação está sendo examinado pelo órgão, poderá ser solto ou extraditado para a Itália.
Ao participar hoje (31), na capital fluminense, do encerramento do 2º Mutirão Carcerário do estado do Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual também é titular, Mendes afirmou que “a questão está confiada às mãos competentes do Supremo Tribunal Federal que, certamente, encontrará uma decisão justa”.
Questionado sobre o parecer do Ministério Público, que pede que Battisti seja libertado, caso o processo seja extinto, o presidente do STF disse que é hora de aguardar os acontecimentos. “ O relator decidiu mantê-lo preso e nós vamos julgar a extradição e a questão de ordem no momento oportuno”, informou.
O pedido de libertação de Battisti foi feito no último dia 14, após o ex-militante de esquerda receber do governo brasileiro a condição de refugiado político.
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Às vésperas da eleição para a presidência doSenado, o candidato Tião Viana (PT-AC) disse hoje (31) estar confianteno apoio dos senadores aliados e do PSDB . Ele afirmou que espera uma “virada” nadisputa com o senador José Sarney(PMDB-AP). De acordo com o petista, o apoio dos tucanos, anunciado na últimaquinta-feira (29) , vai ajudar a garantir a vitória. “Seráuma disputa apertada, mas o ambiente de virada é consistente,muito forte.'Tião passa o fim de semana em seu gabinete, no Senado, em conversas comdiversos senadores em busca de apoio. “Já fiz mais de 18contatos hoje”, afirmou. Ele disse não acreditar emdissidências do PSDB em favor de Sarney.“Ooutro candidato fala que haverá muita traição.Eu uso a palavra, confio na responsabilidade política dossenadores, no sentimento de mudança. Vamos escrever uma novapágina no Legislativo brasileiro a partir de segunda-feira”,comentou.Amanhã,o dia será de acertar as últimas negociaçõesem torno da eleição da Mesa Diretora do Senado. Diversos partidos fazemreuniões. Tanto Tião Viana quanto José Sarneyconversam com senadores na tentativa de conquistar voto a voto maisapoio para suas candidaturas.
Amanda Mota
Enviada Especial
Belém (PA) - Portrás do discurso de desenvolvimento, os grandes projetosbrasileiros como a transposição do Rio SãoFrancisco – que nasce em Minas Gerais e se estende até oNordeste - e a construção de hidrelétricas noRio Madeira, em Rondônia, estão "passando porcima" de direitos humanos da população, sobretudode quem vive nas áreas envolvidas. O alerta é dasocióloga Marijane Lisboa, professora da PontifíciaUniversidade Católica (PUC) de São Paulo."O primeirodireito que está sendo violado é o direito dosbrasileiros de discutir o que se quer. Esses debates deveriam sertrazidos para o cidadão. As necessidades dos setores sociais eeconômicos deveriam ser melhor divulgadas para tambémentendermos como as obras desenvolvidas pelos governos poderiamafetar as comunidades envolvidas”, disse ela ontem (31), aoparticipar de mesa-redonda na tenda de Direitos Humanos do FórumSocial Mundial de 2009, realizado na Universidade Federal Rural daAmazônia (Ufra), em Belém (PA). “No caso da energia,por exemplo, os comunitários que moram nas áreas dasfuturas hidrelétricas só têm direito a discutirpara onde eles vão ou qual indenização elesquerem", acrescentou Marijane. Segundo ela, as decisõespara realização dos chamados projetos dedesenvolvimento nacional são. historicamente, tomadas a partirde pareceres técnicos, sem a participaçãopopular. Na sua opinião, o desenvolvimento não vem dagrande produção de determinadas mercadorias paraexportação, mas do acesso à terra, àscondições de trabalho para a agricultura familiar e àgarantia de escolas e hospitais.Um dos representantesda Pastoral dos Migrantes no FSM, José Carlos Pereira,ressaltou que os impactos sociais e ambientais causados com aprodução dos agrocombustíveis também nãoestão na agendas das discussões políticas eeconômicas no Brasil."Os impactossociais se expressam na concentração fundiária,na expulsão dos comunitários das pequenas propriedades,na competição com os monocultivos de batata, milho,arroz e feijão, por exemplo. Isso sem falar das pessoas quetrabalham nos canaviais sob condições análogasàs condições de escravidão",destacou ele, também participante da mesa-redonda.De acordo com ele, apoluição de rios e lagos e o desmatamento de áreasde floresta também violam os direitos humanos. "Oproblema é que indígenas, ribeirinhos, quilombolas eoutras minorias acabam tendo seus direitos violados a custo dessedito desenvolvimento. O que está em jogo é a condiçãohumana dessas pessoas. O fortalecimento dos movimentos sociais vaiajudar o país a lutar contra essa situação."O coordenaçãonacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em SãoPaulo, João Paulo, lembrou que o Brasil é rico emrecursos naturais. “Naturalmente, temos sentido e vamos continuarsentindo os prejuízos da exploração desta ricabiodiversidade, caso o objetivo das exploraçõespermaneçam incluindo interesses estrangeiros."É umaforma de manter a lógica do capitalismo. Contudo, cada paístem que ter a sua própria estratégia de abastecimento.Não dá também para o Brasil se deteriorar paraabastecer mercados como os Estados Unidos", afirmou.
Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) disse há pouco que os sete senadores do partido vão votar no candidato do PMDB à presidência da Casa, José Sarney (AP). O partido tomou essa decisão "apesar da bancada vir sendo cantada para votar em Tião Viana”, disse Cafeteira, ao sair de reunião na residência de Sarney.O dia de hoje (31) para os peemedebistas será de conversas com senadores aliados e simpáticos à candidatura de Sarney. A idéia é evitar qualquer dissidência em favor da candidatura do senador Tião Viana (PT-AC), principalmente depois do anúncio do PSDB, na última quinta-feira, de que iria apoiá-lo.Um peemedebista informou que, uma vez eleito, o senador José Sarney se pautará única e exclusivamente pela proporcionalidade das bancadas na distribuição de cargos tanto da Mesa Diretora quanto nas presidências das comissões. Segundo ele, o importante neste momento é refazer as contas e garantir os votos já conquistados. O peemedebista disse que as principais comissões do Senado, a de Constituição e Justiça e a de Assuntos Econômicos, ficarão com o PMDB e o Democratas. A expectativa, assinalou, é que a candidatura de Sarney tenha de sete a oito votos no PSDB.O senador Cafeteira também contabiliza votos entre os tucanos. “O PSDB saiu, mas deixou metade dos votos”, afirmou.Sarney deverá permanecer todo o dia na sua residência recebendo parlamentares e conversando por telefone com outros senadores.Hoje, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) reiterou que votará em Sarney.
Da Agência Brasil
Brasília - Pelo menos 20 pessoasmorreram nos últimos dias em conseqüência da pioronda de calor que atinge o sudeste da Austrália em quase 100anos, informa a BBC Brasil. As altas temperaturas ultrapassam 40graus. Os mortos, em suamaioria, eram pessoas idosas que fizeram esforço físicoe acabaram sofrendo derrames e ataques cardíacos, segundo ogoverno australiano.As mortes foramregistradas em Adelaide, capital do estado da Austrália doSul.As altas temperaturastambém causaram quedas de energia elétrica emMelbourne, no estado de Vitória, a segunda maior cidade dopaís.A falta de energia causou interrupções no sistema ferroviário dacidade e uma explosão em uma estação elétricafez com que pelo menos 300 mil casas ficassem sem luz.Também emVitória, incêndios atingiram a região rural deGippsland e pelo menos dez casas foram queimadas na cidade deBoolarra.Se os mesmos índicescontinuarem a ser registrados até amanhã, a onda decalor se igualará à pior já observada nosúltimos 100 anos.
Da Agência Brasil
Brasília - O reajuste do salário mínimo, de R$ 415 para R$ 465, deve provocar um impacto negativo de R$ 7,9 bilhões nas contas da Prevîdência Social em 2009. Segundo o Ministério da Previdência Social, as despesas terão uma elevação de R$ 8,7 bilhões por conta dos R$ 50 a mais nos benefícios. Mas, em direção contrária, a arrecadação previdenciária também deve ter aumento: R$ 856 milhões no ano. Atualmente, um total de 13,9 milhões de aposentados e pensionistas recebe um salário mínimo de benefício. Existem ainda outros 3,3 milhões de beneficiados nos programas assistenciais (LOAS, aposentadoria rural). O novo valor do mínimo entra em vigor amanhã.Sem contar os benefícios assistenciais, a Previdência Social registrou um déficit de R$ 36,2 bilhões no ano passado. Houve uma queda no saldo negativo em relação a 2007, quando o déficit foi de R$ 44,9 bilhões. O Ministério da Previdência Social, no entanto, já espera uma piora nos números em vista da crise financeira mundial que está reduzindo o número de empregos e aumentando as demissões.Um impacto positivo do salário mínimo é a distribuição de renda na economia. O Ministério do Trabalho divulgou ontem que um total de R$ 23,1 bilhões deve se injetado na economia brasileira neste ano.