São Paulo, 25 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, informou hoje, na sede da Delegacia Regional do MEC, nesta capital, que entregará um documento, até o final de setembro, à Casa Civil, com sugestões para os primeiros cem dias de governo do próximo titular da Pasta, a ser escolhido pelo sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso. O conjunto de propostas, a exemplo do que será feito também nas demais áreas administrativas como, por exemplo, a de Economia, deverá ser repassado para as mãos do candidato vitorioso nas urnas, assim que for definido o resultado do pleito, em outubro.
A sua preocupação, segundo afirmou, é quanto à necessidade de atuação imediata à tomada de posse do governo eleito, já em janeiro, para que não haja um processo de descontinuidade de ações "importantes", em sua análise, como a realização do censo escolar, em março, e do Provão, no final do primeiro semestre, além do Enem. Ele justificou que o encaminhamento depende da abertura de licitações, demandando, consequentemente, tempo para que as medidas sejam implementadas. "O sistema de informação e avaliação é muito complexo e a minha preocupação é no sentido de que o próximo ministro não perca tempo e tome as medidas que tem de ser tomadas já em janeiro para que não atrase o Provão, o Enem. Por isto, o novo time tem que entrar jogando".
Na avaliação do ministro, são medidas de reconhecimento de especialistas na área, em nível internacional. Paulo Renato enfatizou que teme uma pressão das forças contrárias à realização do Provão, método que avalia as entidades de ensino superior, já que o resultado pode evidenciar aspectos negativos dessas instituições.
Fazendo um breve balanço de seus oito anos à frente do Mec, destacou a criação do Fundef como uma das medidas mais importantes deste período. Perguntado sobre a possibilidade de tornar obrigatório o Enem, respondeu que não, mas admitiu que esse tipo de avaliação poderia substituir perfeitamente a seleção de concorrentes por meio dos exames vestibulares.