Ministério Público investiga trabalho escravo no Rio

02/09/2008 - 21h22

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - OMinistério Público do Trabalho em Nova Friburgo abriuinvestigação para apurar denúncias de coaçãoe trabalho escravo na fazenda Santa Adriana, em Bom Jardim, regiãoserrana do Rio de Janeiro.

Naúltima sexta-feira (29), 11 homens que trabalhavam napropriedade foram libertados em uma ação conjunta entreo órgão, o Ministério do Trabalho e a PolíciaFederal.Osempregados tinham que pagar pela alimentação, nãoutilizavam equipamentos de segurança, trabalhavam 12 horas pordia e dormiam no chão de um alojamento que se encontrava empéssimas condições. Além disso, eles eramameaçados por homens armados a mando do dono da propriedade.Oprocurador Fernando Pinaud diz que esse é o quinto caso detrabalho escravo recebido, em cerca de três anos, peloMinistério Público do Trabalho de Nova Friburgo, queatende 13 municípios. O procurador lembra que é precisodenunciar esse tipo de abuso.“Adenúncia pode e deve ser feita, já que precisamosconhecer o caso para poder coibir o problema. A denúncia podeser feita no Ministério do Trabalho ou no MinistérioPúblico do Trabalho da região de forma sigilosa. Iremosresguardar a identidade do denunciante, para que ele não sofrarepresálias”, ressalta Pinaud.Osempregados da fazenda são do estado da Paraíba. Elesreceberam a promessa de ganhar um salário proporcional àprodutividade da colheita de café, além de alojamento ealimentação. No entanto, ao chegar no local ofazendeiro teria retido as suas carteiras de trabalho e passou apagar os salários atrasados.Odono da propriedade alegou não saber que cometia um crime econcordou em pagar uma indenização por danos morais aosempregados, além de fornecer passagens de retorno àssuas cidades de origem.

OMinistério Público do Trabalho vai propor um acordo aofazendeiro para que ele se comprometa a não cometer o crimenovamente. Caso ele volte a submeter trabalhadores a regime escravo,deverá ser multado. De acordo com Pinaud, o valor da multapode ser até mesmo maior que o da própria fazenda.