Procurador-geral pede à Polícia Federal que investigue grampo no STF

02/09/2008 - 9h54

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A assessoria daProcuradoria Geral da República (PGR) confirmou hoje (2) que oprocurador-geral Antonio Fernando Souza pediu à PolíciaFederal que investigue as escutas telefônicas ilegais.A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ésuspeita de ter interceptado telefonemas no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministroGilmar Mendes, e de outras autoridades, segundo reportagem publicadapela edição desta semana da Revista Veja. Ontem (1º), a PFdivulgou nota informando que a direção-geral haviadeterminado à Superintendência Regional do órgãono Distrito Federal a instauração de inquéritopara apurar “supostos monitoramentos de comunicações”de autoridades públicas.Ainda de acordo com ocomunicado, a PF pediu também o acompanhamento dainvestigação por membros da Comissão Mista deControle das Atividades de Inteligência (CCAI) – comissãopermanente do Congresso Nacional – bem como pelo MinistérioPúblico Federal. Em relaçãoà possibilidade de participação de membros daprópria PF em atividades ilegais de escuta, a instituiçãoesclareceu que, como polícia judiciária, usa ainterceptação telefônica “como meio deinvestigação, com acompanhamento do MinistérioPúblico e com autorização judicial, nos termosda legislação vigente”.“A tecnologiadisponível e o treinamento dos efetivos são adequados àprodução de provas vinculadas a inquéritospoliciais passíveis de auditoria pelos órgãos decontrole interno e judicial”, finalizou a nota da PF.O presidente LuizInácio Lula da Silva determinou, ao final da tarde de ontem,o afastamento temporário da diretoria da Abin, comandadapor Paulo Lacerda, até que sejam concluídas asinvestigações sobre o envolvimento do órgão.O governo anunciou adecisão horas depois de Lula ter se reunir com Gilmar Mendes,no Palácio do Planalto, para tratar do assunto. A finalidade doafastamento da direção da Abin é "assegurara transparência" do inquérito da PF, segundo notadistribuída pelo Palácio do Planalto.