Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Vitória (ES) - Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o momento vivido pelo país com a descoberta das reservas de petróleo na camada do pré-sal “não tem dono e pertence aos mais de 190 milhões de brasileiros que vivem atualmente no país".“Esse momento pertence também aos milhares de outros que morreram massacrados pelos que não acreditavam no sonho de que o Brasil poderia chegar aonde chegou”, disse hoje (2), na cerimônia que marcou a primeira extração na região do pré-sal, em Vitória. Segundo Lula, não se pode perder de vista, diante desse cenário, a importância da Petrobras, mesmo que a empresa tenha ações na Bolsa de Nova York. "Da mesma forma que o presidente da República tem que pensar na contribuição que pode dar em função deste momento extraordinário que o Brasil está vivendo”.Ele contou que vem acompanhando as notícias, pela imprensa, sobre a polêmica que se criou a partir da divulgação da existência das mega-reservas da área do pré-sal. “A partir das informacões do pré-sal, começou-se uma polêmica enorme sobre o que iria acontecer com a Petrobras, pois entendiam que, se o governo criar uma outra estatal para cuidar do pré-sal, a Petrobras, coitadinha, iria acabar.”O presidente fez a seguinte comparação para classificar a polêmica em torno da criação de uma estatal específica para gerenciar os recursos do pré-sal: "era como se em um belo dia, eu acordasse e dissesse: a minha mãe já não presta mais e eu vou arrumar outra".“Ora, mãe é única José Sergio [Gabrielli, presidente da Petrobras]. E a Petrobras é a mãe da industrializacão desse país. É, portanto, uma peça importante desse processo. Como é que a gente vai desenvolver definitivamente uma indústria petrolífera no Brasil, acompanhada de desenvolvimento, de alto conhecimento tecnológico, sem contarmos com a estatal?”Lula voltou a afirmar que o dinheiro do pré-sal tem dois objetivos principais: acabar com a pobreza no país e resgatar a grande dívida educacional existente no país e que foi desprezada no passado, segundo ele. “É importante ter claro que nós precisamos acabar com a pobreza e resgatar a divida educacional.”