Para ministro, diretor-geral da Abin é inocente no caso das escutas clandestinas

02/09/2008 - 16h42

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro-chefe do Gabinete deSegurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, disse agora há pouco, em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas da Câmara dos Deputados, que não acreditaque os diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afastados temporariamente ontem (1º), estejam envolvidosem grampos ilegais contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos. Arevista Veja publicou reportagem, no último fim de semana, onde divulgou conversasgravadas entre autoridades públicas e atribuiu o vazamento do material a um funcionário da Abin.“Reafirmo minha confiança em especial no dr. PauloLacerda [diretor-geral da Abin], que tem uma das melhores folhas de serviços prestados ao país.Espero que a verdade venha a tona”, disse Félix.Segundo o general, houve apenas a confirmação dopresidente do STF, ministro Gilmar Mendes e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) de que tiveram umtelefonema gravado, mas não há indícios claros da autoria e nem daorigem do procedimento. "Pode ter sido no Supremo, no Senado ou desviadodas operadoras que fazem parte do sistema desses dois telefones”,minimizou Félix. O general ressaltou ter sido solicitado ao Ministérioda Justiça a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para apuraros fatos. “O presidente da República optou por afastar provisoriamenteos diretores.  Só nos resta aguardar as investigações”, disse.Félix negou ainda que o presidente Lula tenha sidoalvo de escuta clandestina no Hotel Glória, no Rio de Janeiro, em 25 demarço deste ano. “Ele não se  hospedou lá, mas sim a segurança. Não foiencontrado dispositivo de escuta lá.”