Garibaldi determina que Polícia do Senado investigue existência de grampos na Casa

02/09/2008 - 0h22

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), determinou hoje (2) que a Políciado Senado comece a investigar se há grampos telefônicosna Casa. Os agentes vão analisar se as conversas gravadasentre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro GilmarMendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), partiram dealgum telefone do Senado.A crise aberta com adenúncia de grampos em telefones de diversas autoridades causatensão no Congresso Nacional. O general Jorge Armando Félix,que comanda o Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, seráouvido hoje pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dasEscutas Telefônicas Clandestinas. Ele dará explicaçõessobre as denúncias dos grampos que teriam sido feitos pelaAgência Brasileira de Inteligência (Abin), órgãosubordinado ao GSI.O presidente da CPI,deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), disse esperar que o generalexplique porque o chefe da Abin, Paulo Lacerda, foi afastado ontem(1º) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisãovale até que o caso seja esclarecido."O general éo chefe do chefe da Abin. Quero saber a razão do afastamento,de que forma o general foi informado dos procedimentos, se a Abin temequipamentos para a realização de grampos", disse."Quero saber se houve ordem para a colocação dasinterceptações telefônicas, a mando de quem, se achefia tinha conhecimento e que medidas foram tomadas para coibiresses grampos", completou.O afastamento de PauloLacerda foi comentado por alguns parlamentares. O líder do PT,deputado Maurício Rands (PE), disse que a decisãotomada pelo presidente Lula foi acertada. "Ele agiucorretamente. Foi claro e rápido na sua decisão dedizer que não concorda com qualquer excesso", disse.O vice-líder doDEM, José Carlos Aleluia (BA), defendeu o afastamento,inclusive, do general Félix. "Ele é fraco deveriater dito ao presidente o que estava acontecendo. Se ele nãosabia, é incompetência", comentou.Com a crise, algunsparlamentares defendem a abertura de uma CPI exclusiva para oassunto, à despeito da CPI das Escutas TelefônicasClandestinas já existente na Câmara. MaurícioRands (PT-PE), no entanto, rechaçou a idéia. "Issome parece uma perda de agenda. Propor uma CPI, quando já temuma, me parece que é estar desconectado com os problemas daagenda brasileira", disse.