Falta controle efetivo sobre a Abin, avalia ONG

02/09/2008 - 11h26

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As possíveis escutas ilegais feitas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são resultado da falta de controle sobre esse órgão. A avaliação é do diretor executivo da organização não-governamental (ONG) Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, em entrevista à Rádio Nacional. A Abin ésuspeita de ter realizado escutas no gabinete do presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e de outrasautoridades, segundo reportagem publicada pela ediçãodesta semana da revista Veja. “Fica evidente quenão há uma submissão desse organismo a umasupervisão que seja externa à comunidade. Isso pode sermuito perigoso para as instituições porque ela [Abin] éum órgão de informação que pode usar das suasprerrogativas para ficar perturbando a vida das pessoas”, avalia.Para Abramo, o controledeveria ser feito pelo Congresso Nacional e não pelo Poder Executivo, já que é o próprio presidente queindica o chefe da Agência. “As atividades de uma agênciade coleta de informações, por definição,não são transparentes, mas precisam ser submetidas alimitações”, afirma.Segundo o diretor daONG, as atividades de inteligência em outros países,como Estados Unidos, França e Inglaterra, não sãocontroladas pelo Executivo. “Nunca se sabe se o controle é100% efetivo, mas se um jogo de futebol não tem juiz, nãovai dar certo”, compara.