Diretor afastado da Abin é obrigado a retirar-se do plenário da CPI dos grampos

02/09/2008 - 17h49

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apresença do segundo homem na linha de direção daAgência Brasileira de Inteligência (Abin), JoséMilton Campana, causou incômodo aos deputados membros daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das EscutasTelefônicas Clandestinas da Câmara hoje (2), durante odepoimento do ministro-chefe do Gabinete de SegurançaInstitucional da Presidência da República, general JorgeArmando Félix.

Campana estáentre os diretores da cúpula da Abin afastados pelo presidente da República,Luiz Inácio Lula da Silva, devido à suspeita de que oórgão teria realizado escutas clandestinas, queatingiram o telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),ministro Gilmar Mendes. Campanafoi obrigado a deixar o plenário da CPI. Uma das vozes que seinsurgiu contra a presença de Campana no plenário da comissão foi a do deputadoArnaldo Faria de Sá (DEM-SP). O deputado argumentou que Campana nãodeveria ouvir as informações que seriam prestadas pelogeneral Félix à comissão.

ACPI pretende ouvir, ainda hoje, o depoimento de Campana e, para isso,aprovou um requerimento de convocação do diretorafastado da Abin como testemunha. Outro requerimento aprovado prevêo depoimento da jornalista Andréa Michael, do jornal Folhade S. Paulo, amanhã (3),na parte da tarde. A Polícia Federal chegou a pedir a prisãoda jornalista, negada pelo juiz federal Fausto Martin De Sanctis, sob asuspeita de que ela teria publicado reportagem, que teriaprejudicado as investigações sobre o esquema, que serialiderado pelo banqueiro Daniel Dantas, objeto da OperaçãoSatiagraha.