Brasileiro espera que vida melhore nos próximos cinco anos, aponta pesquisa da FGV

02/09/2008 - 17h36

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O povo brasileiro espera uma vida melhor nos próximoscinco anos. O otimismo é tanto que fez do país líder mundial emexpectativa de felicidade. É o que mostra pesquisa da Fundação GetulioVargas (FGV) divulgada hoje (2). Os estudo foi realizado com 150 mil pessoas em 132países. Para tanto, a FGV utilizou o banco de dados do Gallup World Poll. Na pesquisa, por meio de entrevistas, as pessoas pontuaram entrezero e dez a satisfação esperada para daqui a cinco anos. A nota média da população brasileira para “felicidadefutura” foi 8,78 - a maior entre os países pesquisados. Logo em seguida está aVenezuela (8,52) e a Dinamarca (8,51). Realizada entre os jovens, apesquisa mostra também que os brasileiros são os mais otimistas. O estudante do ensino médio, Ramon Xavier, 17anos, está entre os que acreditam em uma vida melhor. O carioca, quecomeçou a trabalhar com carteira há dois meses, ganha cerca de umsalário mínimo. E diz que vai mais que dobrar a renda nos próximosanos. “Vou continuar fazendo os meus cursos para no futuroingressar no mercado de trabalho. Já sou muito feliz agora, mas daqui acinco anos posso ser ainda mais feliz”, garantiu. Segundo o economista responsável pelo estudo, MarceloNeri, vários indicadores sociais de educação e emprego, por exemplo,melhoraram nos últimos anos, criando uma boa sensação na população econtribuindo para uma boa avaliação de futuro.“Claro que tem a ver com o espírito do brasileiro,com dados culturais, mas é algo que faz pensar”, disse. “O futuro estáchegando de maneira mais sustentável, por meio do mercado de trabalho eda educação”, avaliou. Neri citou que a renda do jovem, por exemplo, cresceunos últimos quatro anos a uma taxa de 10,5%, anualmente. E comentou queno ano de 2007, 91% das vagas de emprego formal foram preenchidas porpessoas entre 15 e 29 anos - jovens.Ainda ao avaliar o bom resultado atribuído à“felicidade futura” pela população brasileira, Neri alertou para acarência de mais investimentos em educação de qualidade. E utilizou umafamosa fábula de La Fontaine.“O brasileiro está mais para cigarra do que paraformiga. A cigarra é um ser individualista e otimista em relação aofuturo e a formiga é um ser trabalhador e coletivo. Corremos um risco[de ser cigarra] se o país não fizer o dever de casa e não investir nofuturo.”Em relação à felicidade no momento presente, apesquisa da FGV aponta os dinamarqueses como o povo mais satisfeito, àfrente da Finlândia e Holanda. Nesse ranking, o Brasil ocupa o 22°lugar.