Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vice-presidente José Alencar reforçou hoje (2) a necessidade de investigar a denúncia de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, teria sido víitima de escuta telefônica. Alencar evitou, no entanto, atribuir responsabilidade pelo grampo ao diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, afastado temporariamente do cargo, junto com toda a cúpula do órgão, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.“O afastamento do doutor Lacerda foi para facilitar a transparência e mostrar ao Brasil inteiro como estão sendo feitas as  investigações por meio desse inquérito", disse Alencar. A Abin, segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja, estaria envolvida com a escuta feita em telefonemas de Gilmar Mendes. A publicação divulgou trechos de uma conversa entre o ministro e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).De acordo com Alencar, a expectativa do governo é de que a situação seja esclarecida “o mais rapidamente possível”. Questionado se o fato abre precedente para suscitar na sociedade a desconfiança de que a prática se estende a outros segmentos, o vice-presidente afirmou ser difícil assegurar se a privacidade  dos cidadãos está sendo respeitada como deve. Na avaliação dele, basta olhar para o avanço dos meios de comunicação por meio do correio eletrônico.Ele deu essas declarações ao participar de encontro comemorativo aos 40 anos da revista Veja, em São Paulo.