Brasil defende que subsídios agrícolas dos EUA sejam limitados a US$ 13 bilhões

22/07/2008 - 23h19

Da Agência Brasil

Brasília - Os subsídiosagrícolas concedidos pelos Estados Unidos não podempassar de US$ 13 bilhões, como já consta do texto atualdas negociações da Rodada Doha. Essa é aproposta apresentada pelo Brasil durante a reunião que aOrganização Mundial do Comércio (OMC) realizaesta semana, em sua sede, em Genebra, com objetivo de destravar ocomércio global, informou hoje (22) a BBC Brasil.“Poderíamosiniciar negociações se eles chegarem ao nívelmais baixo contemplado. Dentro do politicamente viável, US$ 13bilhões se aproxima do razoável”, afirmou o ministrodas Relações Exteriores, Celso Amorim, ao deixar a sedeOMC, em Genebra, depois de um longo dia de reuniões.Hoje, segundo a BBCBrasil, a negociadora comercial americana, Susan Schwab, melhorou suaoferta de corte da ajuda doméstica para US$ 15 bilhões- a anterior era de US$ 17 bilhões -, mas Amorim recordou queo G20 pedia um corte para US$ 12 bilhões.Segundo o chanceler, areunião de hoje serviu para um intercâmbio deexplicações entre os diferentes negociadores. “Mostramos [aosEstados Unidos] que a proposta é o mesmo que duas vezes oque eles gastaram este ano e mais ou menos US$ 2,5 bilhõesmais que a média (dos subsídios concedidos) desde 2002,incluindo 2008.” Ele comparou aoferta de Schwab a uma jogada de futebol americano: “Eles lançarama bola, mas não suficientemente longe.”No capítulo debens industriais, foi o Brasil quem deu explicaçõessobre as limitações que enfrenta para fazer novasconcessões. “A cobrança énossa, de que as pessoas têm que entender o que a gente querdizer”, afirmou o chanceler. E a mensagem, segundoele, é clara: “Cláusula de anti-concentraçãoé uma má idéia”.Essas cláusulas,que os países mais ricos querem incluir no acordo, limitariamo nível de flexibilidade com o qual os países emdesenvolvimento poderiam proteger determinados setores da indústriana hora de aplicar os cortes de tarifas.Para Amorim, aintensidade do dia de reuniões é um bom sinal dadisposição geral para se chegar a uma conclusão.“Alguns podiam ter ido embora, mas todo mundo continuou aquinegociando”.Os sócios da OMCcontinuarão expondo suas dificuldades e possibilidades deavanço na jornada de amanhã (23), que promete ganharnovo fôlego com a chegada do ministro indiano de Comércio,Kamal Nath.