Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aproximadamente 750 pessoas, entre elas 150 crianças, do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começam hoje (22) umamarcha pela reforma agrária no Rio Grande do Sul. Durante quatro dias de caminhada, os manifestantes vão percorrer cerca de 40 quilômetros do acampamento Jair da Costa, nomunicípio de Nova Santa Rita, em direção aoInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) em Porto Alegre. SegundoInês Rodrigues, uma das coordenadoras do MST no RS, o movimento pretende cobrar o cumprimento do Termo de Ajuste deConduta (TAC) assinado pelo Incra e pelo Ministério PúblicoFederal há oito meses. Pelo acordo, o governo federal secomprometeria a assentar mil famílias até abril passado eoutras mil famílias até o final deste ano. Mas, até omomento, de acordo com a coordenadora, menos de 40 famílias deagricultores foram assentadas no período.InêsRodrigues afirma também que o governo estadual não tem uma política de reforma agrária e que, aocontrário, “tem defendido os latifúndios usadospara produção de eucalipto e soja”. Segundo ela, há mais de 2,5 mil famílias acampadas noRio Grande do Sul e,nos últimos cinco anos, foram assentadas 850.Acoordenadora do MST gaúcho informou que a marcha devepercorrer hoje 16 quilômetros e chegar ao Incra até ofinal da semana. A caminhada, acrescentou Inês Rodrigues,pretende ainda denunciar a criminalização dosmovimentos sociais pelo governo gaúcho, “que se usa métodosviolentos da Brigada Militar para defender os interesses de empresasestrangeiras”. Ontem(21), integrantes do MST ocuparam as sedes do Incra em sete estados:São Paulo, Ceará, Maranhão, Paraíba,Alagoas, Bahia e Goiás. As manifestações fazemparte da Jornada de Lutas por Reforma Agrária que cobra maisagilidade nos processos de desapropriação eassentamentos dos agricultores no país.