Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A partir de amanhã(23), está proibida em todo o Brasil a comercializaçãodo medicamento Prexige - um antiinflamatório indicado para otratamento de artrite – de 100 miligramas. Também ficarásuspensa por 90 dias a venda do Prexige de 400 miligramas. O anúnciofoi feito hoje (22) pelo diretor-presidente da Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo deMello.A decisão foitomada devido ao aumento recente do número de notificaçõesde pacientes que apresentaram reações adversas apóso consumo do Prexige. As reações mais comuns envolvemproblemas gastro-intestinais, alergias e agravamento do quadrohepático.O Prexige começoua ser comercializado no Brasil em 2005. Em janeiro de 2007 eramapenas 16 notificações, número que chegou a 211em abril de 2008. Ainda não houve mortes, mas háregistros de pelo menos 34 pacientes que ficaram em estado grave emvirtude das reações adversas. Uma morte em São Paulo está sendo investigada para confirmar a suspeita de que possa ter ocorrido em razão do consumo inadequado do Prexige.“As avaliaçõesfeitas com a versão de cem miligramas demonstraram que otratamento com esse medicamento causava efeitos adversos cujorisco-benefício não é favorável aopaciente. Portanto, esse cancelamento é irrevogável”,disse o diretor-presidente da Anvisa.Mello informou que noBrasil o Prexige usado com mais freqüência é o de400 miligramas, indicado para intervenções agudas. Coma suspensão da sua comercialização por 90 dias,a Anvisa pretende fazer uma revisão das regras de uso paratodos os medicamentos da família “Cox-2”: Celebra,Arcoxia e Bextra. Uma decisão comum será adotada emagosto pela agência.O diretor-presidente daAnvisa também fez uma recomendação aos queconsumiram ou ainda consomem os remédios atingidos pelarestrição: “É importante que todos ospacientes que utilizam o medicamento procurem seus médicospara substituírem os tratamentos”.O Prexige já eracontra-indicado para pacientes com com problemas respiratórios, problemas renais graves, que foram ou seriam submetidos a cirurgiacardíaca “ponte de safena”. O medicamento já foiretirado dos mercados australiano e norte-americano.O laboratórioNovartis, fabricante do medicamento, terá que apresentar àAnvisa um cronograma de recolhimento do produto nas farmácias.Uma eventual desobediência se caracteriza como infraçãosanitária e pode acarretar multa.