Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Belém - Em meio à crise vivida pela SantaCasa de Belém, um paciente em particular chama a atençãoda equipe médica e transforma o resultado da operaçãoa que foi submetido em motivo de felicidade e comemoração.Trata-se do pequeno Rogério Aragão, que hoje (9)completou um mês de vida. Ele nasceu no município deBreves, no Arquipélago do Marajó (PA), mas teve que sertransferido para a capital do estado poucas horas depois emdecorrência do nascimento prematuro (sete meses) e de umadoença gravíssima (gastrosquise) - um tipo demá-formação onde as vísceras sãoformadas na parte externa do abdômen. A cirurgia para colocaçãodos órgãos no interior do corpo da criança foirealizada com sucesso nas dependências da Santa Casa no mesmodia de seu nascimento.A doença de Rogério foi rapidamenteidentificada pela equipe médica onde ele nasceu. A transferência da criança foi feita em caráter deurgência por uma equipe do Comando de OperaçõesAéreas do Corpo de Bombeiros Militar do Pará. Segundo ocomandante Marlen Francez, havia pouco tempo para realizar o resgate,mas a agilidade dos bombeiros e os cuidados ao longo da viagem foramfundamentais para garantir a vida do bebê. “O bebêtinha poucas horas de vida e nós tínhamos pouco tempopara agir. Felizmente, tudo foi feito na medida certa”, comemoraFrancez.Para a enfermeira Denise Corrêa, que tambémacompanha a criança com a equipe médica, o aniversáriode um mês de vida do bebê representa um momento de grandefelicidade para a Santa Casa neste período de "turbulência".“Temos passado por muitos problemas e dificuldades, mas a históriade vida do Rogério nos traz uma satisfação e umorgulho imensos”, afirma.De acordo com Denise, as causas dadoença de Rogério podem estar relacionadas a motivosdiversos, entre eles o fator genético ou a ausência dopré-natal. “A mãe tem apenas 16 anos e não fezo pré-natal na gravidez”, conta.A avó paternado bebê, Maria Pantoja Almeida, 50 anos, revela que o pré-natalnão foi feito porque a mãe não possui certidãode nascimento. “Ela é de Macapá e está háapenas dois anos conosco. Como ela não tem registro, a unidadede saúde não quis fazer o pré-natal”,diz.Rogério Aragão passa bem, mas continuainternado para receber o atendimento médico pós-operatório.Ele passou 11 dias na UTI Neonatal do hospital e agora ocupa um doslugares na enfermaria da Santa Casa de Belém. Ainda nãohá previsão de alta médica.