Morillo Carvalho
Enviado especial*
Florianópolis - Criados pelas elitesque dominavam a economia do país, os museus precisam tornar-seespaços democráticos, não só na questãodo acesso e do público que os freqüentam, mas tambémna representatividade da população brasileira. A defesafoi feita pela superintendente de Museus de Minas Gerais, LetíciaJulião, no painel que discutiu o lugar dos museus no PlanoNacional de Cultura (PNC), no 3º Fórum Nacional deMuseus, em Florianópolis. O evento, que reúnecerca de 1,8 mil pessoas, acontece de dois em dois anos, e procuraestabelecer diretrizes para a Política Nacional de Museus epara o Sistema Brasileiro de Museus.“O Plano Nacional deCultura vem coroar um movimento que há algumas décadasdiscute o papel e a função social do museu. Aconsolidação desse debate nas diretrizes deste planoapontam para a consolidação desse novo paradigma, dessanova visão de museus”, disse.Para LetíciaJulião, o PNC dialoga com as políticas públicaspara museus quando estabelece a democratização doacesso à produção cultural. No entanto, eladisse que a instituição museu ainda é poucofreqüentada e a população, muitas vezes, sequersabe de sua existência porque não se identifica com ela.A especialista defendeque a democratização não deve se dar apenas noacesso, mas na própria participação da sociedadena gestão e no acervo dos museus.“Isso, de algumaforma, já está implantado em algumas instituições.Isso já vêm oxigenando o cenário museológicobrasileiro, mas a gente precisa universalizar essa tendência dademocratização, da incorporação damultiplicidade e da diversidade nos museus. ”, disse.