Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Oadvogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado, criticouhoje (9) o fato de ainda não ter tido acesso ao inquéritoda Polícia Federal e de não ter conseguido falar emparticular com seu cliente. Dantas está preso, desde ontem (8)na sede da Superintendência da Polícia Federal em SãoPaulo, onde também se encontram o empresário Nagi Nahase o ex-prefeito Celso Pitta.“Tivemos acesso apenas a um resumoda decisão que implicou na prisão de nosso cliente. Nãoconseguimos ter contato particular com nosso cliente, devido àscondições inadequadas das dependências da PolíciaFederal em São Paulo. Isso é inconstitucional”,afirmou o advogado. Machado criticou também o fatode as prisões terem sido feitas na véspera de feriadoem São Paulo (comemora-se hoje na cidade o Dia da RevoluçãoConstitucionalista de 1932). “As investigações egrampos telefônicos, que ocorrem em sigilo há mais de umano, e a prisão em véspera de feriado prejudicam nossocliente.” Ele informou que Dantas só vairesponder à Polícia Federal quando tiver acesso aosautos e na presença de seus advogados. De manhã, nasede da PF em São Paulo, Machado disse ainda que tinha forteexpectativa de conseguir parecer favorável do presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, no julgamentodo pedido de habeas corpus emfavor de seu cliente. No entanto, o pedido foi negado peloSTF.Segundo o advogado, a defesa deDaniel Dantas não pretende transformar o assunto em tribunapolítica. Para ele, o banqueiro é alvo de perseguiçõesque não se explicam na esfera empresarial. “Acredito quetudo isto será considerado pelo Poder Judiciário”,afirmou.Nélio Machado reforçoua existência de documentos com denúncias contra o PT.“Não tenho a posse dos documentos, mas o TRF-SP [TribunalRegional Federal] determinou que eles viessem da Itália,quando julgou a apelação contra busca e apreensãode documentos na época do caso Kroll [empresa que teriasido contratada pela Brasil Telecom para investigar a concorrenteTelecom Itália. Na ocasião, durante avenda da Brasil Telecom, Dantas foi investigado por participaçãona espionagem], em 2005.”